Número de mortos do terramoto no Haiti sobe para mais de 1200

Último balanço das autoridades dá conta de mais de 5700 feridos e 13 mil casas destruídas pelo forte sismo de sábado.

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A cidade de Les Cayes foi das mais afectadas pelo terramoto Reuters/STRINGER

Pelo menos 1297 pessoas morreram e outras 5700 ficaram feridas no Haiti em consequência do terramoto que sacudiu no sábado o pequeno país caribenho, segundo o último balanço feito pela protecção civil haitiana, já na madrugada de segunda-feira (hora de Portugal continental).

A maior parte das vítimas mortais foi registada no Sul do país, conforme detalhou o director da protecção civil, Jerry Chandler.

Para além da região sul do país, os departamentos de Grand’Anse e Nippes foram os outros dois mais afectados pelo terramoto de magnitude 7,2 na escala Richter, que teve seu epicentro a 12 quilómetros da cidade de Saint Louis du Sud.

“As primeiras intervenções, que foram realizadas por equipas de resgate profissionais e membros da população, permitiram que muitas pessoas fossem removidas dos escombros”, disse a protecção civil, que continua a trabalhar para desbloquear o acesso às áreas mais atingidas ao mesmo tempo que prosseguem as buscas por entre os escombros.

Mais de 13 mil casas foram destruídas ou ficaram severamente danificadas, além de uma série de outros edifícios, como igrejas, escolas, esquadras de polícia, hotéis e instituições de saúde. Mais de 24 horas depois, as cidades de Jeremie e Les Cayes permaneciam isoladas devido aos deslizamentos de terra causados pelo terramoto, que interrompeu a circulação na Estrada Nacional 7.

O poderoso terramoto, a que se seguiram nove réplicas de magnitude superior a 4 na escala de Richter nas horas seguintes, ocorreu às 8h29 locais, a cerca de 12 quilómetros da cidade de Saint-Louis du Sud, e com um hipocentro com 10 quilómetros de profundidade, de acordo com o relatório do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Este órgão emitiu imediatamente um alerta vermelho para a possibilidade do terramoto causar um grande número de vítimas, algo que as autoridades haitianas já começaram a reconhecer com as primeiras imagens que chegaram dos locais atingidos e que mostravam edifícios destruídos.

A destruição foi particularmente notória na área de Les Cayes, onde os hotéis Le Manguier e Petit Hotel ruíram, de acordo com o jornal Le Nouvelliste. Os media locais noticiaram também o colapso de centros de saúde em algumas áreas.

O primeiro-ministro Ariel Henry já se deslocou à cidade costeira para avaliar os danos. “Voei baixo sobre Les Cayes para ver a magnitude dos estragos, de modo de canalizar melhor a resposta de emergência”, disse na sua conta no Twitter.

A UNICEF informou, entretanto, que o Hospital de la Concepción, localizado em Les Cayes, está “a transbordar”. “As mães esperam do lado de fora com os seus filhos feridos”, relatou a agência das Nações Unidas para a Infância na sua conta no Twitter.

O Haiti, considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental, ainda vive com as sequelas do impacto do catastrófico terramoto de 2010, que deixou mais de 100 mil mortos, 300 mil segundo as contas do Governo haitiano na altura. O país encontra-se também num estado de elevada turbulência política desde o assassínio do presidente Jovenel Moïse em Julho.

A protecção civil do Haiti alertou ainda para a chegada da tempestade tropical Grace nos próximos dois dias, pelo que pediu à população que “se prepare para proteger as suas vidas e os seus bens”.

O primeiro-ministro ordenou também a mobilização integral de “todos os recursos” do Governo haitiano para ajudar as vítimas e apelou à cooperação da população para superar esta nova tragédia. Para o efeito, declarou o estado de emergência por um mês.

“Estendo minhas condolências aos pais das vítimas deste violento terramoto que causou várias perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos do país”, disse Ariel Henry.

O chefe do Governo haitiano confirmou que a maior parte dos danos se concentrou no sudoeste do país, especificamente nos departamentos de Sur, Grand'Anse e Nippes.

“Quero apelar ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos para nos unirmos diante desta situação dramática que estamos a viver. Unidade é força”, disse Henry numa série de mensagens publicadas na sua conta no Twitter.

 
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