Guerra à guerra: as oposições e a contestação anticolonial

O tema da deserção virá a constituir-se como um divisor de águas no terreno das oposições, opondo sobretudo o PCP e a quase generalidade dos grupos situados à sua esquerda. A galáxia maoista aconselhava a deserção – com armas, se possível, segundo algumas correntes, como era o caso da OCMLP –, distanciando-se da proposta de ir para a frente de combate, que o PCP defendia para os seus militantes

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Centro de Documentação 25 de Abril/Universidade de Coimbra

Em maio de 1961, o jornal Avante!, órgão do Partido Comunista Português (PCP), dedicava a sua primeira página a criticar a guerra colonial, executada pela “camarilha colonial-fascista, capitaneada por Salazar, contra a vontade da imensa maioria” do povo português. Apelava-se ao “levantamento em massa da nação” para pôr fim ao fascismo, gesto que exigiria “a estreita unidade de todas as forças patrióticas do país”. Exortavam-se também os “soldados, marinheiros, aviadores, homens honestos da PSP, GF e GNR” a recusarem ser “carne para canhão dos criminosos colonialistas”, ao mesmo tempo que se defendia o “reconhecimento imediato do direito à autodeterminação e independência dos povos das colónias portuguesas” (Avante!, maio de 1961, n.º 300).

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