Senado francês aprova passe sanitário, mas com modificações

Senadores querem que os menores estejam isentos e não querem passes aplicados nas esplanadas nem nos centros comerciais. E só devem durar até ao fim do estado de emergência a 31 de Outubro.

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Manifestação contra as medidas do Governo por causa da covid-19 em Paris Reuters/BENOIT TESSIER

O Senado francês aprovou na madrugada deste domingo o passe sanitário, mas com modificações, nomeadamente a isenção para menores e também nas esplanadas de bares e restaurantes. Estas alterações serão agora revistas juntamente com a Assembleia Nacional.

Entre as alterações introduzidas pelos senadores está também um limite temporal à sua utilização, só até ao fim do estado de emergência sanitário, no dia 31 de Outubro.

O Senado quer que o passe sanitário não seja usado nos centros comerciais, por causa do acesso aos supermercados, nem nas esplanadas de bares e restaurantes. Os passes também não devem ser obrigados para menores, segundo as alterações introduzidas.

Os senadores querem ainda que os jovens de 16 e 17 anos não precisem da autorização dos pais para se vacinarem. Também as medidas de isolamento obrigatório para os infectados foram aligeiradas.

Além disso, o Senado quer que a obrigatoriedade do uso do passe em todos os restantes locais públicos comece apenas a 15 de Setembro e não a 30 de Agosto, como pede o Parlamento.

Os senadores e os deputados reúnem-se na tarde deste domingo numa comissão mista para se concertarem em relação a estas alterações.

Confrontos e detidos

Pelo menos 71 pessoas foram detidas nas manifestações de sábado em França contra as novas medidas contra a pandemia anunciadas pelo Governo do Presidente Emmanuel Macron. A informação foi adiantada pelo Ministério do Interior francês.

Dos protestos resultaram ferimentos em 29 agentes da polícia. Nenhum manifestante teve de receber assistência médica, de acordo com o comunicado difundida pelo Ministério.

As manifestações tiveram lugar nas principais cidades do país, como Paris, Marselha, Lyon, Monpellier, Nantes e Rennes, entre outras, e foram convocadas depois de o Executivo ter imposto a vacinação obrigatória para todos os trabalhadores da saúde e o uso de passe sanitário para a realização de determinadas actividades.

A polícia calcula que as manifestações juntaram 160 mil pessoas.

Em Paris, onde 11 mil pessoas saíram às ruas, registaram-se confrontos entre manifestantes e as forças de segurança nas imediações dos Campos Elíseos, com a polícia a recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar o protesto.

A França contabiliza 111.638 mortos entre 5,9 milhões de infectados desde o início da pandemia de covid-19.

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