Filmar pessoas: é melhor não!

Não entendo por que, quando se divulgam vídeos nas redes sociais ou em plataformas de mensagens, não entra a pergunta ‘tem consentimento dos filmados para a divulgação da sua imagem?’. As várias plataformas, na verdade, incentivam estas partilhas, sabendo que gerarão interesse, visualizações, posts, tuítes, comentários.

Como todas as pessoas que viveram os seus anos selvagens (digamos assim, para acrescentar picante) da adolescência e juventude antes da existência dos smartphones, penso frequentemente na liberdade que eu tive mas está vedada aos adolescentes e jovens de agora: podia fazer disparates à vontade sem temer que esses momentos fossem fotografados ou filmados com um telefone e, depois, divulgados entre conhecidos e desconhecidos. E vivi imensos momentos que seriam mortificantes se registados em imagem ou vídeo. A única vez que me assustei com uma possível divulgação de imagens comprometedoras aconteceu na missa de João Paulo II no estádio do Restelo, onde fui com o secundário todo. Estava descansadamente a fumar, de costas para o altar, durante a dita missa, e um jornalista fotografou-me. Claro que, fazendo uso do melodrama de que os adolescentes abusam, passei dias à espera de ser denunciada aos meus pais por fumar numa fotografia de primeira capa de um jornal.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 29 comentários