Empresas petrolíferas aumentam preço dos combustíveis quando a procura baixa?

Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, queixou-se esta quinta-feira que petrolíferas aumentam o preço dos combustíveis nos momentos em que diminui a procura dos consumidores

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PAULO PIMENTA

A frase

"Quando a procura cai, o que se deve fazer é tentar baixar o preço para vender mais. A Apetro diz que tem de aumentar o preço porque baixou o consumo"

João Pedro Matos Fernandes

O contexto

As declarações foram feitas pelo ministro do Ambiente em entrevista ao Eco, publicada esta quinta-feira. Matos Fernandes considerou “injusto” que as petrolíferas e gasolineiras aumentem os preços dos combustíveis na bomba quando se reduz o consumo, falando mesmo em “oligopólio informal”. Para forçar a baixa do preço dos combustíveis, o Governo anunciou esta quarta-feira que vai apresentar um decreto-lei que permitirá ao Executivo actuar sobre as margens de comercialização dos combustíveis de forma a incentivar a descida de preços.

Os factos

Em vários momentos, o presidente da Apetro (Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas), António Comprido, tem chamado a atenção para a forma como os seus associados encaram o mercado em alturas de quebra de vendas de combustíveis, como o que aconteceu recentemente durante a pandemia de covid-19. “Quando há uma quebra significativa [de procura], é natural que os custos unitários sejam maiores e que isso se reflicta no preço de venda ao público”, admitiu António Comprido, por exemplo, esta semana, em declarações à RTP. O representante das petrolíferas sublinha que “a grande componente” do preço dos combustíveis é a carga fiscal, algo que é responsabilidade do Governo. Comprido tem sempre insistido que “não há aumento dos lucros, mas sim nas margens brutas” e que a baixa de preços só é conseguida se o Governo estiver disponível para baixar a carga de impostos sobre os produtos petrolíferos.

Em resumo

A frase do ministro do Ambiente, dizendo que “a Apetro diz que tem de aumentar o preço porque baixou o consumo” é verdadeira. Outra discussão paralela tem a ver com as componentes de formação do preço.

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