Porto revisita confrontos entre liberais e absolutistas em passeios e exposições

A cidade do Porto vai recordar os confrontos entre liberais e absolutistas, da Revolução Liberal de 1820 à guerra civil de 1832-34, através de exposições, visitas e percursos orientados. A iniciativa é promovida pela Rota Porto Liberal e decorre até 30 de Setembro.

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Praça da Liberdade, Porto Adriano Miranda

O programa cultural, designado “Pessoas, Espaços e Memórias”, inicia-se já na quinta-feira, dia em que se assinala simbolicamente a data sobre o desembarque de D. Pedro IV na praia Arnosa de Pampelido, em Matosinhos, e que está na origem do episódio do Cerco do Porto.

Desde a Revolução de 1820 até à vitória liberal na guerra civil de 1832-34, a cidade do Porto “viveu intensamente o confronto” entre duas visões para a sociedade portuguesa, de um lado D. Pedro e os Liberais, do outro D. Miguel e os Absolutistas, e esse conflito - marcado pelo cerco de 13 meses à cidade - “deixou marcas profundas” que “perduram na memória urbana, nas suas ruas e lugares, mas também na música, nas artes, na arquitectura”, recorda o projecto Rota Porto Liberal.

São esses lugares, personagens e memórias que a Rota pretende evocar com diferentes iniciativas, até 30 de Setembro. Em comunicado, destacam-se três exposições temporárias nos museus Nacional de Soares dos Reis, da Misericórdia do Porto e Militar do Porto, com peças históricas das colecções destas estruturas museológicas que ilustram o confronto entre ideais, no início do século XIX.

Quanto aos percursos e às visitas orientadas, adianta o comunicado, incidem sobre locais simbólicos da cidade e que permitem um maior conhecimento sobre o liberalismo em Portugal, como o Quartel de Santo Ovídio, o Cemitério do Prado do Repouso ou a Rua dos Mártires da Liberdade. Enquanto as visitas são gratuitas, os percursos orientados custam 5€ por pessoa.

A Rota Porto Liberal, que foi criada em 2017, junta entidades como a Câmara Municipal, Direcção Regional de Cultura do Norte, Exército português, Irmandade da Lapa e os museus da Misericórdia do Porto e Nacional Soares dos Reis.

Tem como objectivo proclamado divulgar “lugares associados a esse tempo de luta e ao contributo dado por D. Pedro IV, também libertador do Brasil e seu primeiro imperador, enquanto país independente”.

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