Um país relapso

O que continuamos a ver é cada um a falar por si e o governo à deriva. E continuamos a apostar nas meias medidas, recusando assumir atempadamente a realidade. Somos um país relapso.

Olho para uma tabela e um mapa na página web do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, uma agência da União Europeia, e fico desalentado. Na União a que Portugal preside desde Janeiro passado fomos, logo no início dessa presidência, o país com pior taxa de incidência da covid-19 (a “terceira vaga”) e agora, que a presidência está a acabar, estamos a repetir a situação (Marta Temido já lhe chamou “quarta vaga”). Portugal está com 124 novos casos em duas semanas por 100.000 habitantes, à frente da Espanha (121) e da Letónia (105).Todos os outros países europeus têm menos de 100 casos: a França 66, a Itália 35 e a Alemanha 25. Estamos piores do que há um ano. Não é, por isso, de admirar que a Alemanha nos tenha incluído, após o Reino Unido, na sua “lista vermelha”. A chanceler Angela Merkel, que é doutorada em Química-Física além de estar bem informada pelo Instituto Robert Koch, afirmou numa conferência de imprensa ao lado de Ursula von der Leyen: “Temos uma situação em Portugal que podia ter sido evitada, e é por isso que temos de trabalhar ainda mais arduamente.”

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