Penhoras da Junta de São Jacinto motivam reconversão de competências

Executivo vai submeter à assembleia municipal a resolução do contrato de delegação de competências outorgado em Fevereiro.

Foto
Adriano Miranda

A Câmara Municipal de Aveiro vai voltar a assumir as competências transferidas para a Junta de Freguesia de São Jacinto por via do contrato assinado em Fevereiro de 2021. A medida, que implica também a resolução do referido contrato – procedimento que carece de autorização por parte da assembleia municipal -, surge na sequência de várias penhoras aplicadas à Junta de Freguesia de São Jacinto e que já implicam, também, retenções de verbas provenientes do Orçamento do Estado. Ribau Esteves diz que cabe agora à câmara prestar os devidos serviços à população de São Jacinto, ainda que isso represente custos superiores. Os vereadores socialistas votaram contra, criticando a oportunidade deste procedimento, quando já se sabe que o actual presidente é recandidato pelo PS.

De acordo com as informações prestadas por Ribau Esteves (PSD-CDS/PP) na reunião camarária desta quinta-feira, o problema agudizou-se quando a câmara foi confrontada com penhoras já com decisão do juiz a ordenar a cavitação de verbas a transferir para a junta. Isto, numa altura em que já existia igualmente ordem para reter parte das transferências provenientes da administração central. Até então, a edilidade foi conseguindo fazer valer a tese de que as suas transferências para a junta “estavam afectas ao contrato e que, por isso, não eram verbas penhoráveis”, enquadrou o edil. As sentenças vieram, agora, demonstrar o contrário.

Aquela que é a freguesia do município de Aveiro com menor número de habitantes – e que está separada do resto do município pela ria – terá dívidas na ordem dos “200 mil euros”, estimou o presidente da câmara municipal, rejeitando colocar em causa a seriedade e honestidade do presidente da junta. “O problema é que a junta recebe as receitas e depois há uma parte das despesas que não paga”, argumentou Ribau Esteves, já depois de ouvir Manuel Sousa, vereador do PS, a defender que as penhoras estão todas ligadas a custos de manutenção do parque de campismo, propriedade da câmara e gerido pela junta.

Os socialistas criticam também o timing desta tomada de posição da maioria, face ao calendário eleitoral e ao anúncio de recandidatura por parte de António Aguiar. Apesar das várias tentativas do PÚBLICO, não foi possível obter esclarecimentos por parte do presidente da junta de São Jacinto.

Sugerir correcção
Comentar