James Franco aceitou pagar dois milhões de euros às mulheres que o acusaram de exploração sexual

O actor e as actrizes terão concluído a negociação em Fevereiro, mas só agora foram conhecidos mais detalhes do acordo, que carece ainda do aval do tribunal.

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James Franco continua a negar as acusações feitas pelas actrizes REUTERS/MARIO ANZUONI

O actor, produtor e realizador James Franco chegou a acordo no caso de exploração sexual de que era acusado, aceitando pagar 2,2 milhões de dólares (quase 1,86 milhões de euros) às mulheres que, em Outubro de 2019, o acusaram de administrar uma falsa escola de cinema, onde jovens ansiosas por progredir nas suas carreiras foram levadas a fazer audições nuas ou a filmar cenas de sexo explícito.

As bases do acordo entre James Franco e Sarah Tither-Kaplan e Toni Gaal, que o acusavam de exploração sexual, foram estabelecidas em Fevereiro, mas só agora foram conhecidos mais detalhes sobre o processo. O juiz deverá decidir, agora, se aprova o acordo, que também se estende à produtora do actor, a Rabbit Bandini, e aos seus sócios, Vince Jolivette e Jay Davis.

Caso o magistrado do Supremo Tribunal de Los Angeles dê luz verde, Tither-Kaplan (do filme de Franco The Long Home, tendo ainda participado com o actor na série Making a Scene with James Franco) receberá 670.500 dólares (565 804€, ao câmbio actual). Já Toni Gaal, que contracenou com Franco em The Heyday of the Insensitive Bastards, será indemnizada em 223.500 dólares (188.647€). O remanescente, de 1,3 milhões de dólares (quase 1,1 milhões de euros), será dividido pelas outras estudantes da escola de cinema que fazem parte da acção colectiva.

Ainda que tenha aceitado o acordo proposto pela acusação, o actor, de 41 anos, que já esteve nomeado para um Óscar (melhor actor por 127 Horas, de 2010) e que, actualmente, é estrela televisiva da série da HBO The Deucecontinua a negar ter explorado sexualmente as jovens actrizes.

Por uma causa maior

Se o juiz aprovar o acordo, será emitido um comunicado conjunto, avança a BBC, em que se defenderá a ideia de todos estarem a agir por uma causa maior. No documento, deverá constar que “ainda que os arguidos continuem a negar as alegações da acusação, reconhecem que as queixosas levantaram questões importantes; todas as partes acreditam que esta é uma altura crítica para nos concentrarmos em abordar o tratamento às mulheres em Hollywood”.

De acordo com a acusação, as actrizes Sarah Tither-Kaplan e Toni Gaal afirmam que se matricularam na escola de cinema do actor em 2014 e que foram alvo de discriminação sexual, assédio, fraude e outras irregularidades tanto por parte de Franco como de outros dois homens associados à instituição de ensino.

Franco e os seus sócios, diz a acusação, atraíam as aspirantes a actrizes com a possibilidade de uma “oportunidade de emprego no cinema e na televisão”. As duas actrizes dizem ainda terem sido “ludibriadas a pagar para serem exploradas através de uma escola de representação [a Studio 4], criada para beneficiar Franco e as suas empresas de produção, em que as oportunidades de emprego para as mulheres supostamente aumentavam quando as mesmas se mostravam disponíveis para cenas de carácter sexual, nudez — muitas vezes em ambiente de orgias”.

Segundo o mesmo documento, as estudantes foram incentivadas a pagar 750 dólares (633 euros, ao câmbio de hoje) para participarem numa aula de cenas de sexo, tendo sido forçadas a realizar um teste nu ou parcialmente nu. Finda essa aula, a actriz Tither-Kaplan declara ter-lhe sido oferecido um papel num projecto no qual Franco aparece numa cena de orgia com mulheres.

Desde 2018 que circulam rumores de que James Franco estaria envolvido em exploração sexual. No programa Good Morning America, Sarah Tither-Kaplan revelou o que se teria passado no Studio 4. “James abusou do poder ao explorar mulheres que não eram celebridades com a desculpa de lhes estar a oferecer oportunidades”, disse, na altura, a actriz.

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