James Franco enfrenta acusações de exploração sexual

Antigas alunas da sua escola de representação acusam o actor de as ter explorado e ludibriado com alegadas oportunidades de emprego.

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James Franco é ainda acusado de discriminação sexual, fraude e outras irregularidades Mario Anzuoni/Reuters

Duas mulheres deram entrada com uma queixa contra o actor James Franco, acusando-o de administrar uma falsa escola de cinema, onde jovens ansiosas por progredir nas suas carreiras foram levadas a fazer audições nuas ou a filmar cenas de sexo explícito.

A acção, que deu esta quinta-feira, dia 3 de Outubro, entrada no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, refere que o actor, de 41 anos, que já esteve nomeado para um Óscar (melhor actor por 127 Horas, 2010) e que, actualmente, é estrela televisiva da série da HBO The Deuce, explorou aspirantes a actrizes na sua escola, entretanto extinta.

O advogado de Franco, Michael Plonsker, disse em comunicado que o seu cliente não tinha sido notificado do processo, que catalogou de “mal informado”. “James [Franco] não apenas se defenderá totalmente, como também irá exigir uma indemnização dos autores [da queixa] e dos advogados destes por entrarem com este processo indecente”, declarou.

De acordo com o processo, as duas mulheres, as actrizes Sarah Tither-Kaplan (que entra no filme de Franco The Long Home, tendo ainda participado com o actor na série Making a Scene with James Franco) e Toni Gaal (contracenou com Franco em The Heyday of the Insensitive Bastards, 2015) afirmam que se matricularam na escola de cinema do actor em 2014 e que foram alvo de discriminação sexual, assédio, fraude e outras irregularidades tanto por parte de Franco como de outros dois homens associados à escola.

Franco e os seus sócios, relata o processo, atraíam as aspirantes a actrizes com a possibilidade de uma “oportunidade de emprego no cinema e na televisão”. As duas actrizes dizem ainda terem sido “ludibriadas a pagar para serem exploradas através de uma escola de representação [Studio 4], criada para beneficiar Franco e as suas empresas de produção, em que as oportunidades de emprego para as mulheres supostamente aumentavam quando as mesmas se mostravam disponíveis para cenas de carácter sexual, nudez — muitas vezes em ambiente de orgias”.

Segundo o mesmo documento, as estudantes foram incentivadas a pagar 750 dólares (684 euros) para participarem numa aula de cenas de sexo, tendo sido forçadas a realizar um teste nu ou parcialmente nu. Finda essa aula, a actriz Tither-Kaplan declara ter-lhe sido oferecido um papel num projecto no qual Franco aparece numa cena de orgia com mulheres. 

A acção, cujo valor ainda se desconhece, tenta agora o estatuto de colectiva de forma a poder incluir o nome de outras mulheres que frequentaram a mesma escola.

O processo também citou um comentário feito por Franco, no início de Janeiro de 2018, numa aparição no The Late Show de Stephen Colbert, dias depois de ter aparecido com um pin na lapela a apoiar as vítimas de assédio sexual na gala dos Globos de Ouro (onde recebeu o prémio de melhor actor num musical ou comédia por Um Desastre de Artista), o que lhe valeu acusações no Twitter de assédio sexual.

“Na minha vida, orgulho-me de assumir a responsabilidade por tudo o que faço; tenho de o fazer pelo meu bem-estar (…)”, porém “as coisas que soube estarem no Twitter não são precisas”. No entanto, acabaria por acrescentar “se fiz algo de errado, irei corrigir [o que fiz]”. Segundo o processo, Franco e outros “cometeram erros flagrantes e não fizeram nada para corrigir esses erros”.

Poucos dias depois, uma das actrizes que move agora o processo contra Franco voltou às acusações no programa Good Morning America. “James abusou do poder ao explorar mulheres que não eram celebridades com a desculpa de lhes estar a oferecer oportunidades”, disse, na altura, Sarah Tither-Kaplan.

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