“Apagão” na Internet deixou vários sites internacionais inacessíveis

Sites de jornais como o Guardian ou o New York Times, de governos como o do Reino Unido, de compras como a Amazon, e de streaming como o Twitch ou Spotify estiveram inacessíveis durante esta manhã.

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maria joao gala

“Erro 503”: foi esta a mensagem que se recebeu, na manhã desta terça-feira, quando se tentou aceder aos sites de alguns dos mais importantes​ meios de comunicação social internacionais, como os britânicos The Guardian e Financial Times, os norte-americanos New York Times e a CNN, o francês Le Monde e RTP e Eco em Portugal. O problema acabou por ser resolvido ao final da manhã. 

Paralelamente, também outros sites fora do mundo jornalístico estiveram inacessíveis, como o site da Amazon ou o site de streaming ao vivo Twitch, subsidiário da Amazon, o do Governo do Reino Unido e o serviço Hulu nos EUA. Outros apareciam desformatados, como o site do serviço de streaming de música Spotify ou da Bloomberg

O erro afectou ainda de forma breve sites como o Reddit ou o do jornal espanhol El Mundo

O problema foi identificado pela empresa de serviços de nuvem Fastly, que corrigiu o erro global de acesso aos seus servidores, conforme se pode ler na sua página oficial

A empresa gere uma “edge cloud” desenhada para diminuir o tempo de carregamento dos sites e ajudar em casos de aumento súbito de tráfego, entre outras coisas. Qualquer problema que afecte a Fastly vai também afectar o acesso aos sites que contrataram os seus serviços.

“Identificámos uma configuração de serviço que desencadeou perturbações nos nossos pontos de presença a nível global e desactivámos essa configuração. A rede global está a voltar a funcionar”, afirmou um porta-voz da Fastly, citado pelo diário britânico The Guardian.

O erro foi inicialmente identificado pela empresa pelas 10h58 (hora em Portugal). O problema no acesso durou cerca de uma hora.

A falha afectou ainda secções específicas de outros serviços, por exemplo os servidores do Twitter onde estão os emojis da rede social, segundo o Guardian. Além disso, as consequências não foram sentidas do mesmo modo em todo o mundo, acrescenta o jornal. Utilizadores em algumas localizações, como Berlim, não notaram quaisquer problemas em sites que estavam inacessíveis em Londres, no Texas ou na Nova Zelândia.

“O apagão sublinha a importância de empresas de infra-estrutura da Internet como a Fastly para o funcionamento normal da internet – e como mesmo problemas isolados podem levar a que grandes partes da vida online fiquem paralisadas”, escreveu o diário The Washington Post. “As restrições da pandemia que levaram mais pessoas a usar a Net para compras de mercearia, trabalho, escola e cuidados de saúde aumentaram o risco de que apagões generalizados causem danos no mundo real.”

Vulnerabilidade da rede

A preocupação com a vulnerabilidade da Internet aumentou ainda antes, na sequência de ataques como o levado a cabo contra o maior oleoduto norte-americano, o Colonial Pipeline, no início de Maio. O oleoduto fornece gasolina a grande parte da zona Leste dos EUA e a vários aeroportos do país.

Tratou-se de um ataque de ransomware, em que um programa malicioso sequestra os ficheiros de um computador, exigindo dinheiro pelo desbloqueio. Esta segunda-feira, no entanto, as autoridades americanas anunciaram que conseguiram recuperar 2,3 milhões de dólares (cerca de 1,88 milhões de euros) em bitcoins dos cerca de 5 milhões pagos pelo Colonial Pipeline, segundo a estação de televisão norte-americana CNBC.

O grupo por trás do ataque será, indica ainda a CNBC, uma organização criminosa com base na Rússia, que desenvolve e vende ferramentas para ataques de ransomware a outras organizações criminosas para que estas levem a cabo os seus ataques. Não era, no entanto, claro qual seria a organização subsidiária que levou a cabo o ataque ao oleoduto.

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