Marcelo apoia medidas do Governo para o desconfinamento

Presidente da República congratulou-se por Pacto de Estabilidade e Crescimento da Comissão Europeia continuar suspenso em 2022.

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Marcelo, doutor Honoris Causa pela Universidade de Sófia LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Presidente da República considerou esta quinta-feira que as medidas aprovadas na quarta-feira pelo Governo em Conselho de Ministros sobre a pandemia são “uma tentativa de equilíbrio” entre dois “fundamentalismos”, um sanitário e outro que quer maior abertura.

Em declarações aos jornalistas na Embaixada de Portugal em Sófia, no final da visita oficial à Bulgária, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “não se pode negar a realidade”, que é diferente da que se vivia antes da vacinação contra a covid-19.

“Verdadeiramente há uma tentativa - e ontem [quarta-feira] foi o caso - de encontrar um equilíbrio e evitar dois fundamentalismos, um fundamentalismo sanitário, que não reconhece que vivemos hoje numa situação diferente […] e depois um fundamentalismo em termos de abertura, que ignora que há padrões europeus que são adoptados pelos países que nos rodeiam”, afirmou.

O chefe de Estado alertou que, se Portugal atingir alguns desses indicadores “sem ser concertado com a Europa”, terá “custos na mobilidade e no turismo”. Questionado sobre se as medidas aprovadas em Conselho de Ministros - manter a matriz de risco diferenciando nos territórios de baixa densidade populacional - conseguem esse equilíbrio, Marcelo respondeu que vão nesse caminho.

“Eu acho que as medidas que ontem [quarta-feira] foram conhecidas e estão a ser adoptadas em vários países europeus são uma tentativa de encontrar um equilíbrio entre dois extremos. E estão sempre sujeitas a actualização, elas apontam para final de Agosto, mas todas as semanas há avaliações”, disse. Para o Presidente, “é fundamental não voltar atrás, não recuar”, apelando a que haja “bom senso” que permita a abertura gradual da economia e da sociedade.

O galope da dívida pública

Por outro lado, o Presidente da República não escondeu o seu optimismo, por a Comissão Europeia ter confirmado nesta quarta-feira, de que as regras de disciplina orçamental inscritas no Pacto de Estabilidade e Crescimento continuarão temporariamente suspensas em 2022, para permitir aos Estados-membros fazer face aos efeitos da crise da covid-19.

“Essa é uma fundamental notícia e temos outra que pode ser uma boa notícia: se, nas presidências do ano que vem, algumas regras forem alteradas que permitam, não abusos na Europa, mas que não haja uma visão tão estrita, tão estrita, tão estrita, que se saia daquilo que foi o ajustamento e a flexibilidade de agora para um regime totalmente oposto”, afirmou.

O chefe de Estado português salientou que quer Portugal quer a Europa, têm de “aproveitar bem o dinheiro, investir bem, com eficácia e com transparência”.

“É preciso que este arranque seja feito investindo mais e, ao mesmo tempo, evitando que haja no futuro - não digo até 2022, porque há maleabilidade das regras orçamentais -, de repente, um galope na dívida pública que caia em cima dos ombros de todos nós”, alertou.

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