Principal partido da coligação vai continuar a apoiar o Governo na Guiné-Bissau

Os quadros do Madem-G15 consideram estarem a ser prejudicados na distribuição de cargos no Governo a favor das duas outras formações partidárias da coligação. Liderança do partido promoveu reunião, apesar de não ter gostado do ultimato.

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Braima Camará, líder do Madem-G15 Paulo Cunha/EPA

O Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) vai manter-se na coligação que apoia o actual Governo na Guiné-Bissau, disse na segunda-feira à noite o porta-voz do partido, Jibril Baldé.

A decisão saiu de uma reunião da Comissão Permanente, alargada às estruturas da juventude, de quadros e de mulheres do partido para analisar a saída do Madem-G15 da coligação que sustenta o executivo de primeiro-ministro Nuno Nabian.

A Quadem (estrutura de quadros e técnicos) do Madem deu, na sexta-feira, um prazo de 72 horas para que o coordenador do partido, Braima Camará, tornasse público se abandonaria ou não a coligação.

Por ser a formação política com maior número de deputados entre os da coligação no Governo, 27, as estruturas do Madem-G15 consideram que o partido tem sido prejudicado a favor do PRS (Partido da Renovação Social) e da Assembleia do Povo Unido - Partido Social-Democrata (APU-PDGB), as duas outras formações partidárias que fazem parte da coligação no Governo.

No final da reunião de segunda-feira, o porta-voz do Madem e antigo ministro da Educação, Jibril Baldé, assinalou que o partido analisou as questões colocadas pelas suas estruturas de base e concluiu que “apesar da justeza de algumas questões, houve um claro exagero”.

“Têm todo o direito de manifestar a sua indignação, mas o partido entendeu que houve exageros. Não se pode dar um ultimato ao partido, naturalmente”, defendeu.

O porta-voz do Madem-G15 acrescentou que os dirigentes das estruturas do partido pediram desculpa ao coordenador nacional, Braima Camará, que as aceitou, embora deixando indicações para que situações do género não se repitam. Os quadros do Madem acusam Camará de passividade que está a ser utilizada para prejudicar o partido.

Uma das críticas que as estruturas do partido fazem a Braima Camará é a alegada inércia perante o que consideram de falta de colocação de quadros do Madem no aparelho do Estado e ainda a pouca atribuição de bolsas de estudos para a juventude alinhada com aquela formação política.

Jibril Baldé fez notar que foram dadas orientações para uma “análise aprofundada” sobre as questões levantadas pelas estruturas do partido, mas sem colocar em causa o acordo da coligação: “Não está em causa a continuidade do Madem na actual coligação”.

Jibrial Baldé afirmou que a Comissão Permanente concluiu que “de facto” o Madem “saiu prejudicado na última remodelação governamental”, mas que coloca em primeiro lugar o interesse nacional.

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