Rendas ainda estão a descer, mas já há aumentos espalhados pelo país

As variações homólogas estão em terreno negativo numa grande parte das cidades e distritos, mas as variações em cadeia, de tendência positiva, revelam que já há preços a aumentar.

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Pedro Fazeres

A análise homóloga dos preços das casas para arrendar em Portugal continua a revelar variações negativas, em termos gerais. Mas estão a aumentar os casos em que as rendas já estão a entrar numa tendência de subida.

Segundo o índice de preços organizado pelo portal imobiliário Idealista, num resultado que tem como referência o mês de Maio de 2021 face ao mesmo mês do ano passado, as rendas desceram 6,3% num ano. No final do mês de Maio deste ano, arrendar casa tinha um custo de 11 euros por metro quadrado (m2).

Durante o último ano, a Área Metropolitana de Lisboa registou uma variação de -8,2%, o Alentejo de -5,3%, o Algarve de -3,5% e a região Norte  caiu -2,1%. O distrito do Porto caiu -1,2%. Já o preço das casas para arrendar no concelho de Lisboa fixou-se, em Maio deste ano, nos 13,3 euros/m2, o que desenha uma descida da 0,8% face ao mês anterior e de 2,1% face a Fevereiro de 2021. Em termos homólogos, os preços para arrendamento caíram 9,8%, sendo a terceira maior descida a nível nacional.

De acordo com o Idealista, o preço de arrendamento desceu em nove capitais de distrito, com Braga (-14,6%) e Viana do Castelo (-11%) a liderar a lista. A acompanhar esta descida de preços está, então, Lisboa (-9,8%), Évora (-7,2%), Faro (-7%), Leiria (-6,1%), Castelo Branco (-2%), Porto (-1,9%) e Viseu (-0,8%

No entanto, o que já é possível verificar, tanto no portal Idealista, como também no Imovirtual, outro portal de anúncios imobiliários, é que se está a instalar a tendência de aumento nas variações mensais em diversas cidades e capitais de distrito.

Mas, se em termos homólogos o Porto ainda mostra variações negativas, as variações em cadeia, mensais e trimestrais, já estão em terreno positivo. Os 10,7 euros/m2 registados em Maio de 2021 revelam um aumento de 1,2% face a Abril, e de 0,2% face a Fevereiro. E há várias capitais de distrito que revelam aumento do preço das rendas, mesmo em termos homólogos: Ponta Delgada (9,7%), Coimbra (6,4%), Setúbal (5%), Aveiro (2,1%), e Funchal (1,3%).

Já o Portal Imovirtual, do grupo OLX, analisa os preços dos imóveis que nele são publicitados apurando um valor médio do preço que é pedido pelas casas – sem os distribuir pelos metros quadrados. No segmento de arrendamento, os preços diminuem desde 2019, tendo-se verificado uma variação de -5% (que compara com os -6,3% apurados pelo Idealista). O valor divulgado pelo Imovirtual compara os preços médios anunciados do mês de Maio de 2021 (1070 euros) com igual período do ano anterior (1017 euros).

Mas, do lado das subidas, de acordo com o Imovirtual, a cidade da Guarda registou o maior aumento percentual (25,3% no preço médio anunciado, passando a renda média mensal de 332 euros para 416 euros em Maio de 2021). Portalegre apresenta também um aumento percentual de 14,7% e Évora de 12,6%. Numa análise por distrito, Évora teve o maior crescimento percentual, de 17,6%, comparativamente a Abril, passando de 524 euros para 616 euros. O distrito da Guarda destaca-se também por um crescimento percentual de 14,9%, assim como Portalegre com 8,5%, passando para 382 euros.

Em termos de recuos, os distritos que registaram a maior quebra percentual foram Beja com -24,6% (para 421 euros), Bragança com -10,5% (para 366 euros ) e Setúbal com -8,6% (777 euros).

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