Bancários protestam contra despedimentos no Santander

Banco anunciou adiamento da decisão, mas o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos reclama o seu cancelamento.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Cerca de cembancários estão nesta terça-feira a manifestar-se em frente da sede do Santander Totta em Lisboa, a primeira de várias iniciativas organizadas pelo Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB) a nível nacional, para protestar conta o anúncio de despedimentos de 100 a 150 trabalhadores, feito recentemente pelo banco.

Com a palavra de ordem “hoje o Santander, amanhã outro qualquer”, e faixas com frases como “parar despedimentos” ou “em defesa dos bancários”, os manifestantes exigem o fim do processo de despedimentos e um programa “digno” de rescisões voluntárias em que os trabalhadores possam avaliar sem pressões se aceitam sair.

O Santander anunciou, no final de Abril, um acordo para a saída de 68 trabalhadores no primeiro trimestre deste ano e o despedimento de mais 100 a 150 postos de trabalho “cujas funções se tornaram redundantes”. Em causa estão sobretudo trabalhadores de balcões fechados a quem o Santander propôs a saída mas que não aceitaram.

Entretanto, o banco decidiu adiar temporariamente os despedimentos (após reuniões com sindicatos filiados na UGT, SBN — Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro de Portugal, Sindicato dos Bancários do Centro e Sindicato da Banca, Seguros e Tecnologias — Mais Sindicato). Um anúncio que o SNQTB considera “insuficiente”, reclamando o cancelamento do processo.

O SNQTB defende que, desde Setembro, o banco se tem dirigido a esses trabalhadores a propor a saída de forma agressiva e sem condições justas e equilibradas. Uma situação que motivou uma acção conjunta de todos os sindicatos do sector.

Em relação ao anúncio de despedimentos, o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, considerou a situação inaceitável num dos maiores grupos bancários do mundo e num banco lucrativo e eficiente em Portugal. Referiu ainda que o sindicato pretende que haja um processo de rescisões por mútuo acordo transparente e sem pressões, em que sejam oferecidas melhores condições e que o processo de saída seja diluído ao longo do tempo.

Sobre a decisão tomada pelo Santander de adiar temporariamente a aplicação das medidas, o presidente do SNQTB considera que “é insuficiente e que o processo tem é de ser cancelado”.

Os sindicalistas hoje presentes na manifestação temem ainda que este processo do Santander Totta seja só o início e que o banco se prepare para fazer mais despedimentos.

Já o porta-voz do Santander Totta, João Paulo Velez, considerou o protesto uma acção “legítima”, mas lamentou que não haja neste sindicato uma atitude de diálogo existente noutros sindicatos e considerou que o banco oferece aos trabalhadores que aceitem sair “benefícios” superiores à média do mercado, desde logo com a manutenção do subsistema de saúde SAMS.

O responsável do Santander Totta não quis indicar as propostas financeiras feitas, referindo que dependem de cada caso.

Sobre o objectivo do Santander Totta neste processo, afirmou que é “garantir a sustentabilidade” do banco num negócio bancário em mudança.

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