Ramalho Eanes irá reflectir sobre convite para presidir às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

O primeiro Presidente da República eleito em democracia foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa para presidir à comissão de honra do 50.º aniversário do 25 de Abril. Ouvido pelo PÚBLICO, Ramalho Eanes informou que ainda está a ponderar o convite.

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Ramalho Eanes foi elogiado por Marcelo Rebelo de Sousa no último discurso presidencial do 25 de Abril enric vives-rubio

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes — e primeiro Presidente eleito em democracia ​ recebeu o convite de Marcelo Rebelo de Sousa para presidir à comissão de honra das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril “com grande honra”, mas ainda irá reflectir sobre se aceitará ou não, devido às circunstâncias pandémicas e à sua idade avançada (86 anos). A notícia do convite foi avançada pelo jornal Inevitável nesta quinta-feira e confirmada pelo antigo chefe de Estado. “É um convite que me honra e que em circunstâncias normais me obrigaria a aceitar de imediato”, disse Ramalho Eanes ao PÚBLICO, vincando “grande interesse” em aceitar o convite.

A decisão será comunicada a Marcelo Rebelo de Sousa “em breve”.

Nos dois últimos anos, Ramalho Eanes foi o único antigo Presidente da República a marcar presença na cerimónia comemorativa no Parlamento. Enquanto Jorge Sampaio não esteve presente por razões de saúde, Cavaco Silva recusou ir por questões sanitárias relacionadas com a pandemia.

Em 2021, na comemoração dos 47 anos do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou os militares de Abril e em particular Ramalho Eanes. “Eis por que razão é tão justo galardoar os militares de Abril, tendo merecido já uma homenagem muito especial aquele de entre eles que, depois de ter estado no terreno, veio a ser peça chave na mudança de regime e primeiro Presidente da República eleito na democracia portuguesa, e que sempre recusou o marechalato que merecia e merece: o Presidente António Ramalho Eanes”, disse Marcelo.

As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril arrancam a 24 de Março do próximo ano, data em que o regime democrático irá ultrapassar em um dia a duração do regime da ditadura do Estado Novo. A ditadura durou precisamente 47 anos, dez meses e 28 dias, num total de 17.499 dias, sendo que 24 de Março de 2022 será o dia em que essa duração será ultrapassada. As comemorações podem e devem estender-se até 2026, quando serão celebrados os 50 anos da entrada em vigor da Constituição da República, o meio século das primeiras eleições legislativas, das primeiras regionais, autárquicas e presidenciais em democracia.

Além do presidente da comissão de honra, as comemorações terão um presidente da comissão organizadora, já escolhido. O nome de Pedro Adão e Silva foi anunciado pelo primeiro-ministro no último 25 de Abril e será confirmado através de uma nomeação de Marcelo Rebelo de Sousa.

Notícia actualizada: Acrescenta a declaração de Ramalho Eanes.

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