Cartas ao director

Exterminadora implacável

Trinta e sete anos depois da primeira saga do filme Exterminador Implacável, surge uma versão portuguesa tendo como protagonista a advogada e ex-comentadora da televisão Suzana Garcia. A candidata apoiada pelo PSD, afirmou, numa entrevista, que espera que o Bloco de Esquerda e o Chega sejam exterminados, depois de ter elogiado a castração química para abusadores sexuais e tendo-se referido ao dirigente da SOS Racismo como “um parasita da sociedade”. Lamento que o PSD, em vez de fazer uma oposição séria ao Governo, requisite terminators populistas que prometem aniquilar todas os extremos da direita e da esquerda que se atravessem no caminho e mesmo os ex-reclusos, pois “ninguém sai das cadeias melhor do que aquilo que entrou”.No entanto, enquanto o actor original se tornou governador da Califórnia, a exterminadora portuguesa promete ter a pior derrota de sempre do PSD nas autárquicas no concelho da Amadora. 

Emanuel Caetano, Ermesinde​

Novo Banco atribui prémios

O Novo Banco está todos os dias a surpreender-nos. Segundo a imprensa, este banco que, como todos sabemos, é um sorvedouro de dinheiro público que está a viver à custa dos contribuintes, muito a despropósito, resolveu atribuir prémios relativos ao desempenho da equipa de gestão de 2020 no valor de 1,860 milhões de euros, ano em que teve um prejuízo líquido de 1329 milhões.

Todos sabemos que os gestores deste e de qualquer outro banco, no desempenho das suas funções, não fazem mais que a sua obrigação, sendo todos os meses pagos lautamente por isso. Esta notícia que devia causar repulsa, tem, apenas como fito gozar com os contribuintes. Mas o mais grave é que não há governo que o feche ou vá buscar o dinheiro a outro lado. 

Artur Gonçalves, Sintra

A imoralidade do Novo Banco

Mesmo tendo perdido mais do que 1,3 mil milhões de euros no ano passado, o Novo Banco resolveu presentear toda a gestão chefiada por António Ramalho  com um prémio de 1,9 milhões de euros. Independentemente da quantia referida poder ou não ser paga em 2022, a verdade chocante é que vale a pena ter grandes prejuízos porque os portugueses pagam. O que é ainda mais chocante é verificar que nem António Ramalho nem nenhum membro da sua equipa de gestão especializados, como se vê, em conseguir grandes prejuízos, é suficientemente honesto intelectualmente para abdicar de um prémio insultuoso para todos os portugueses que nas diferentes actividades trabalham diariamente em Portugal. António Ramalho e a sua equipa continuam a sua marcha de sugar dinheiro e mais dinheiro ao Estado enquanto descobrem, mês após mês, mais um documento no fundo da gaveta. Assim não vale ou melhor, não deveria valer porque na realidade o que continuamos a ver todos os dias é o premiar da incompetência.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

O Bloco e novos sindicatos

Li neste jornal, e num artigo da jornalista Liliana Borges, que o BE, entre outras coisas, pretende apresentar na próxima convenção do partido uma proposta divisionista copiando os divisionistas da UGT (é como eu os vejo) que visa “criar novos sindicatos” como se a criação de sindicatos paralelos fosse bom para os trabalhadores. Ora, eu que sou um velho operário de 76 anos, sei bem no que deu a célebre “carta aberta” surgida em 1982 e assinada por gente ligada aos partidos do arco da governação: PS, PSD e CDS. Carta essa, que abriu as portas ao divisionismo, cumprindo assim um desígnio apontado por um dirigente do PS num comício efectuado no então Pavilhão dos Desportos, dizendo que “é preciso partir a espinha à Intersindical CGTP!” Ora, com estas palavras do então dirigente do PS, estava lançada a semente do divisionismo. Agora, é pena que o Bloco, passados cerca de 40 anos, venha tentar imitar os sonhos do tal dirigente do PS e claro do grande capital. Um sonho que visou e visa dividir os trabalhadores para melhor reinar. 

Arlindo de Jesus Costa, Odivelas

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