Governo alemão mais optimista em relação à retoma

Alemanha pode crescer 3,5% este ano e 3,6% no próximo, mas cenário depende de recuo da pandemia já a partir do segundo trimestre.

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Reuters/Ralph Orlowski

O governo alemão reviu em alta a sua previsão de crescimento económico para este ano e para o próximo, mostrando, apesar da persistência da pandemia, um maior optimismo em relação à recuperação do consumo já a partir deste Verão.

Para a maior economia da zona euro, o Executivo liderado por Angela Merkel esperava, até agora, uma taxa de crescimento de 3% este ano, um valor que ficava ligeiramente abaixo da previsão da Comissão Europeia de 3,2%. Mas agora, na apresentação pública das suas novas projecções (presentes no Programa de Estabilidade a apresentar a Bruxelas), o ministro da Economia Peter Altmaier revelou que o Governo espera uma variação do PIB de 3,5% este ano, com uma ligeira aceleração para 3,6% em 2022.

Por trás destas previsões mais optimistas, explicou o ministro, está a expectativa de que seja possível, durante o segundo trimestre, levantar as medidas de confinamento actualmente em vigor na Alemanha, um país que continua a revelar dificuldades em controlar totalmente a terceira vaga da pandemia. “A projecção apresentada hoje constitui um encorajamento apesar da situação séria ao nível das infecções que se vive actualmente”, afirmou Peter Altmaier, citado pela agência Reuters.

Esta segunda-feira, num sinal de que uma retoma rápida na economia alemã não é um dado adquirido, o indicador de confiança empresarial calculado pelo instituto Ifo para a Alemanha revelou uma melhoria muito ligeira, de 96,6 pontos em Março para 96,8 pontos em Abril, permanecendo abaixo da barreira dos 100 pontos que normalmente é necessária atingir para se estar num cenário de melhoria da actividade económica.

Para além do efeito das medidas de confinamento na actividade económica, uma das principais preocupações expressas pelos empresários alemães foi a existência de obstáculos no fornecimento de chips e outras componentes industriais, produzidos no estrangeiro, mas que são essenciais para o normal funcionamento de empresas alemãs de grande dimensão, por exemplo no sector automóvel. Questionado sobre este problema, Altmaier disse não conseguir estimar, neste momento, qual o potencial impacto negativo no crescimento de um cenário de escassez de componentes para a indústria alemã.

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