Lucros da Galp recuam para 26 milhões no primeiro trimestre

Petrolífera teve uma queda homóloga de 13% nos resultados entre Janeiro e Março. Actividades de refinação de Matosinhos contabilizadas como “eventos especiais”

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As actividades de refinação de Matosinhos, em descontinuação, foram contabilizadas como eventos extraordinários Paulo Pimenta

A Galp fechou o primeiro trimestre deste ano com lucros de 26 milhões de euros, perdendo 13% face ao resultado líquido de 29 milhões obtido no período homólogo de 2020, mas melhorando face ao quarto trimestre do ano passado, em que lucrou três milhões. Entre Janeiro e Março de 2021, os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) subiram 6%, para 499 milhões de euros.

“Estes resultados trimestrais, alcançados em condições macro ainda muito desafiantes, denotam uma saudável melhoria, mesmo se comparados com os do mesmo trimestre de 2020, quando apenas tínhamos sentido o impacto inicial dos extraordinários acontecimentos desse ano”, refere o presidente executivo da empresa num comunicado enviado às redacções. Andy Brown sublinha que “a posição financeira da Galp melhorou” e que as medidas que foram tomadas para ajustar o portfolio e “para incutir disciplina nos custos” tornaram a empresa “mais fortes para os desafios que ainda tem pela frente”. 

Na apresentação divulgada esta manhã através do site da Comissão de Mercados de Valores Imobiliários, a petrolífera refere que o resultado líquido da empresa no trimestre sob a normas contabilísticas IFRS foi de 161 milhões de euros, um valor “positivamente impactado por 101 milhões de euros de efeito stock e 34 milhões de euros de eventos especiais”.

Entre esses “eventos especiais” estão as actividades de refinação em Matosinhos, que a Galp já anunciou a decisão de descontinuar. O grupo explica a decisão de contabilizar as operações de refinação de Matosinhos como evento especial, “de forma a proporcionar um melhor proxy das operações de refinação futuras da Galp”.

Também a partir deste primeiro trimestre de 2021, as “oscilações mark-to-market relacionadas com hedges de derivados”, bem como “com impactos cambiais relacionados com a cobertura de risco no gás natural, que não têm tradução directa em resultados operacionais”, vão passar a ser considerados eventos especiais.

A redução das vendas de produtos petrolíferos e gás natural, em consequência das medidas de confinamento registadas na Península Ibérica durante o primeiro trimestre do ano trouxeram uma quebra de 23% nos resultados, que se ficaram pelos 69 milhões de euros.

Na actividade de refinação teve também um impacto negativo nos resultados (-6 milhões de euros) “reflectindo o contexto desfavorável de margens de refinação”, e no seguimento de restrições “relacionadas com o aprovisionamento de gás natural, de efeitos negativos relacionados com o desfasamento das fórmulas de pricing de produtos petrolíferos, e do acréscimo de custos de regaseificação em Portugal”, refere a empresa nas informações enviadas às redacções.

De acordo com a informação enviada ao mercado, a Galp aumentou o investimento 23% nos três primeiros meses do ano, num total de 178 milhões de euros (mais 33 milhões do que no ano anterior) e a dívida líquida aumentou 4%, ascendendo agora a 1,55 mil milhões de euros.

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