Militares portugueses deixam Afeganistão a partir de 1 de Maio

Todas as forças da Missão Resolute Support no Afeganistão começam a sua retirada no mesmo mês.

Foto
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tira uma sélfie durante uma visita à Força Nacional Destacada para defender o aeroporto internacional de Cabul, Afeganistão Mário Cruz/Lusa

As forças da Missão Resolute Support vão começar a deixar o Afeganistão a partir de 1 de Maio, confirmaram hoje os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional em comunicado conjunto. Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho participaram nesta quarta-feira na reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte em que foi tomada esta decisão e na qual estiveram presente os seus homólogos da NATO.

“Portugal participa desde 2002 no esforço da Aliança no Afeganistão, por onde passaram mais de 4500 militares nacionais. Com esta retirada, conclui-se um importante e prolongado contributo português na luta contra o terrorismo”, lê-se na nota enviada pelos dois ministérios. Esta notícia surge horas depois de Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América, ter confirmado a retirada das tropas do Afeganistão até 11 de Setembro de 2021.

O primeiro passo será, contudo, ajustar de forma coordenada com os aliados, o dimensionamento da participação portuguesa. Nesse sentido, Portugal decidiu “manter a presença da Força de Reacção Rápida nacional na protecção do Aeroporto Internacional em Cabul até final de Maio, e continuar a contribuir com elementos de estado-maior nas estruturas de comando da missão até final da Missão Resolute Support, continuando igualmente a contribuir anualmente para o fundo de apoio ao Exército Nacional Afegão até 2024”.

Apesar da saída das tropas agora prevista, Portugal mantém “o seu compromisso com os esforços da comunidade internacional no combate ao terrorismo em todas as suas formas e manifestações, de que são exemplos os contributos nacionais do Médio Oriente ao Sahel, do Corno de África a Moçambique”.

A decisão foi tomada tendo em conta os “importantes progressos em termos de estabilidade e segurança, bem como em termos de desenvolvimento social, incluindo em particular os direitos de mulheres e o acesso à educação para as raparigas” que se têm registado no Afeganistão.

Sugerir correcção
Ler 8 comentários