Independente que preside à Câmara de Vizela candidata-se pelo PS

Vítor Hugo Salgado volta a ter o apoio do PS, partido de que se afastou há quatro anos.

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Autarca de Vizela vai recandidatar-se com o apoio do PS ADRIANO MIRANDA

O presidente da Câmara de Vizela, Vítor Hugo Salgado, eleito em 2017 por uma lista independente, disse nesta terça-feira à Lusa que vai concorrer nas autárquicas deste ano pelo Partido Socialista. O PÚBLICO já tinha escrito que o PS queria apoiar o autarca, mas contava com a oposição da concelhia. O processo acabou por ser avocado pela distrital.

“É o regresso a uma casa que foi a minha família durante muitos anos”, comentou, recordando o seu passado de militância de duas décadas no PS.

Nesse período de tempo, o autarca chegou a ser deputado à Assembleia da República, desempenhando também funções como vice-presidente daquela autarquia do distrito de Braga, entre outras funções locais e nacionais.

“É com enorme satisfação que o faço [candidatura pelo PS], até porque, durante as últimas eleições, afirmei várias vezes que não era por não ter sido candidato pelo PS que deixei de me sentir socialista”, acrescentou.

A escolha de Vítor Hugo Salgado foi ratificada na segunda-feira à noite pela Federação de Braga do Partido Socialista.

Vítor Hugo Salgado, que fora vice-presidente da autarquia então liderada por Dinis Costa, foi eleito presidente em 2017, como independente, liderando o movimento “Vizela sempre”, após um conturbado processo interno, no PS, para a escolha do candidato.

“Antes de apresentar a minha candidatura como candidato à Câmara de Vizela [em 2017], enviei uma carta para o PS solicitando a minha saída”, recordou, frisando que vai manter a sua condição de independente nestas eleições, apesar de concorrer numa lista apoiada pelo Partido Socialista.

“Serei candidato independente apoiado pelo Partido Socialista e a opção de voltar a ser militante é algo que deve ser discutido posteriormente ao processo eleitoral”, indicou ainda.

Sobre o passado de divergências com as estruturas dirigentes socialistas, Vítor Hugo Salgado afirmou que “está tudo ultrapassado”.

“Acho que foi um processo que teve de ser analisado e daí conseguimos uma melhor convergência”, referiu, sublinhando que as listas que estão a ser preparadas vão traduzir esse entendimento.

“Neste momento, era muito importante e muito relevante, quer para o PS, quer para a candidatura independente, voltar a criar condições para esta convergência, porque, sociologicamente, o concelho de Vizela foi e será sempre um concelho socialista”, observou.

O candidato diz ser objectivo que exista “uma convergência total”, motivo pelo qual se pretende “inserir pessoas que neste momento estão no PS nas listas à câmara, à assembleia e às juntas, no sentido de demonstrar que é uma convergência real e sentida”.

Em 2017, o movimento independente conseguiu três mandatos, a coligação PSD/CDS dois e o PS também dois.

Após as eleições, face à inexistência de maioria absoluta, os independentes e a coligação PSD/CDS fizeram um acordo de gestão do município, atribuindo pelouros ao vereador Jorge Pedrosa, do PSD, recentemente anunciado como candidato social-democrata nas autárquicas deste ano.

Segundo a lei, as autárquicas decorrem entre Setembro e Outubro, mas a data das eleições ainda não foi anunciada.

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