Forças especiais dos EUA treinam fuzileiros moçambicanos

Washington está empenhado em combater o terrorismo em Cabo Delgado e já colocou o grupo de insurgentes moçambicanos na lista de organizações terroristas.

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Cerimónia de abertura do treino conjunto DR

As forças de operações especiais norte-americanas começaram esta semana a formar os fuzileiros moçambicanos para combater a ameaça terrorista em Cabo Delgado. O Intercâmbio Combinado de Treino Conjunto (JCET) começou na segunda-feira e irá prolongar-se durante duas semanas, anunciou a embaixada dos Estados Unidos em Maputo.

Além do treino, cuja cerimónia de abertura contou com a presença do vice-comandante do Comando de Operações Especiais para África dos Estados Unidos, coronel Richard Schmidt, e com o major-general Ramiro Ramos Tulcidás, em representação do Governo moçambicano, o intercâmbio inclui o fornecimento de equipamento médico e de comunicação às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

De acordo com a comunicação da embaixada, “os EUA estão empenhados em apoiar Moçambique de uma forma multifacetada”, que permita impedir o “alastramento do terrorismo e do extremismo violento”, lidando com as questões de segurança, mas também com o desenvolvimento socioeconómico.

“A protecção civil, os direitos humanos e o compromisso com a comunidade são centrais para a cooperação dos EUA e são fundamentais para combater eficazmente o Estado Islâmico [Daesh] em Moçambique”, refere a embaixada.

Mostrando empenho na luta do Norte de Moçambique, o Governo norte-americano passou a considerar, desde o passado dia 10, como organização terrorista estrangeira o grupo de insurgentes de Cabo Delgado, a que designa como Estado Islâmico-Moçambique. E o seu alegado líder, o tanzaniano Abu Yasir Hassan, como terrorista global, diz o Mozambique News Reports & Clippings.

Michael Gonzales, o subsecretário adjunto do Gabinete de Assuntos Africanos, estabeleceu, na passada quinta-feira, aquilo que Washington pretende na sua cooperação com Moçambique: “Abordar os factores socioeconómicos da ameaça, combater a mensagem do EI [Daesh] e proporcionar maiores oportunidades económicas e resiliência à comunidade para diminuir a atracção do extremismo violento”.

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