Receitas dos operadores com pacotes de serviços sobem para 1,7 mil milhões

Vodafone foi o único prestador que cresceu em número de subscritores e quota de receitas.

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Havia 4,2 milhões de subscritores de pacotes de serviços no final de 2020 Paulo Pimenta

As receitas dos operadores de telecomunicações com os pacotes de serviços subiram 5% em 2020, para 1,7 mil milhões de euros.

Os dados compilados pela Anacom indicam que a receita média mensal por cada subscritor de serviços em pacote foi de 34,69 euros (sem IVA) no ano passado, o que traduz uma subida de 0,4% face a 2019 (em que o aumento havia sido de 0,2% face a 2018).

No final de 2020, havia mais 181 mil subscritores deste tipo de ofertas (mais 4,4% relativamente a 2019), perfazendo um total de 4,2 milhões de clientes, sendo que o aumento verificado no primeiro ano de crise pandémica se deveu essencialmente às ofertas 4/5P (112 mil clientes) e, em menor medida, às ofertas 3P (mais 85 mil).

As receitas de ofertas 4/5P (quatro ou mais serviços) representavam 63,1% do total, sendo provenientes de uma base de 2,1 milhões de clientes, ou seja, metade do total de clientes destas ofertas de múltiplos serviços.

Nestes pacotes registou-se uma receita média mensal de 43,79 euros (-3,4%).

As ofertas 3P (três serviços) tinham 1,7 milhões de subscritores no final ano e representavam 40% do total. A receita média mensal aumentou 4,2%, para 27,34 euros, face ao ano anterior. A Anacom destaca “o aumento das mensalidades mais baixas das ofertas 3P” e refere que “passaram de 29,90 euros para 30,90 euros na Vodafone e de 29,99 euros para 30,99 euros na Meo e na Nos”.

Relativamente às “alterações nas ofertas comerciais disponíveis”, a Anacom assinala ainda “a diminuição da mensalidade dos cartões móveis da Nowo integrados em ofertas em pacote, de 7,5 euros para 5 euros, passando a incluir 1 GB de tráfego” e “a diminuição da mensalidade das ofertas 3P por satélite para 34,99 euros em alguns prestadores, passando para valores mais próximos da mensalidade das ofertas de fibra”.

Também se verificou “a disponibilização de mais opções de Internet móvel através de PC/tablet nos pacotes 5P (60 GB e 100 GB)”, de acordo com a entidade reguladora.

Houve ainda um “reforço de algumas ofertas em pacote com serviços de streaming incluídos na mensalidade”, como por exemplo o “Amazon Prime Video em simultâneo com o HBO em algumas ofertas em pacote da Vodafone”.

O crescimento do número de subscritores de pacotes está em desaceleração desde 2015, “tendo atingido as menores variações anuais relativas em 2018 (3,9%) e em 2020 (4,4%)”.

No final de 2020, “a Meo era o prestador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (40,5%), seguindo-se o grupo Nos (36,5%), a Vodafone (19,3%) e o grupo Nowo/Onitelecom (3,5%)”.

Em comparação a 2019, “a Vodafone e a Meo aumentaram a sua quota de subscritores (+0,7 e +0,2 pontos percentuais, respectivamente) e as quotas do Grupo Nos (-0,6 pontos percentuais) e do grupo Nowo/Onitelecom (-0,3 pontos percentuais) diminuíram”.

“Por tipo de oferta, a Meo apresentou a maior quota de subscritores nas ofertas 2P (43,4%) e 3P (38,2%), e o grupo Nos registou a maior quota nas ofertas 4/5P (42,9%)”, detalha a Anacom.

A Nos era o prestador com maior quota de receitas de serviços em pacote (41,0%), seguindo-se a Meo (40,7%), a Vodafone (15,9%) e o grupo Nowo/Onitelecom (que entretanto se desfez, com a venda da Oni à empresa de serviços de cloud computing Gigas Hosting), que tinha uma fatia de 2,4%.

A Vodafone foi a única empresa a aumentar receitas em 2020 (em 1,6 pontos percentuais), comparando com reduções de 0,8, 0,4 e 0,3 pontos percentuais na Nos, Nowo/Onitelecom e na Meo, respectivamente.

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