Polícia belga lança uma das maiores operações de sempre contra o crime organizado

A operação conta com mais de 1500 agentes e visa traficantes, especialmente envolvidos no tráfico de cocaína, e com ligações a redes internacionais.

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A operação inclui cerca de 200 buscas em simultâneo JULIEN WARNAND/EPA

O crime organizado na Bélgica está a ser investigado numa ampla operação policial que está a decorrer desde a manhã desta terça-feira. Em declarações à agência France-Presse, o porta-voz do Ministério Público Federal disse que é “uma das maiores operações alguma vez organizadas em território belga”.

A equipa procura investigar traficantes, especialmente envolvidos no tráfico de cocaína e com ramificações internacionais, segundo avançou a emissora pública RTBF. Quanto aos crimes sob investigação pela Polícia Judiciária Federal, enumeram-se o tráfico de droga, crimes financeiros graves e a corrupção.

Fontes da emissora afirmam que a equipa está focada na rede de comunicações constituída por criptofones SkyECC, telemóveis considerados impenetráveis por escutas telefónicas, também apelidados de PGP (“pretty good privacy”), e conhecidos dos círculos do crime organizado.

As autoridades conseguiram, porém, aceder e localizar os dispositivos e tiveram acesso directo a milhões de mensagens que ligam a actividades criminosas, nomeadamente relacionadas com cartéis de droga. Os dispositivos de comunicação eram obtidos por vezes do estrangeiro, segundo as fontes.

Com estas descobertas, a polícia estabeleceu três objectivos principais. O primeiro é interromper a rede de comunicações; o segundo diz respeito às detenções dos envolvidos no terreno; e, com o terceiro, pretende rastrear os envolvidos nas actividades, sejam traficantes ou informadores.

A operação levada a cabo pela Polícia Judicial Federal acontece após dois anos e meio de investigação e é resultado de uma intensa cooperação internacional. Foram mobilizados mais de 1500 agentes, juntamente com unidades especiais, informou o Ministério Público Federal. De acordo com a emissora, já se realizaram detenções.

As buscas tiveram início às 5h (às 4h de Lisboa), e as forças de segurança foram mobilizadas por todo o território. Foram realizadas mais de 200 buscas em simultâneo na zona de Antuérpia, principal zona de actuação, em Bruxelas, Limburgo e outras províncias.

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