Câmara do Porto quer habitação acessível em parque de camionagem

A operação de loteamento para requalificação do espaço perto de Faria Guimarães prevê a constituição de dois lotes com 30 fogos destinados a habitação de custos controlados. Também a envolvente será remodelada para criar melhores acessibilidades e espaços verdes para uso colectivo.

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nelson garrido

A Câmara Municipal do Porto (CMP) quer reabilitar o interior do quarteirão situado entre as ruas do Bonjardim, João das Regras, Gonçalo Cristóvão e Alfredo Magalhães, cujo espaço funciona desde 1995, na quase totalidade da sua área, como parque de camionagem, e convertê-lo numa área residencial destinada a habitação acessível. A operação de loteamento da empreitada, que será deliberada na reunião camarária de segunda-feira, propõe a constituição de dois lotes com um total de 30 fogos, assim como a “criação de um amplo espaço público que permite a circulação de peões e de automóveis, o estacionamento e ainda espaços verdes”, refere a proposta assinada por Pedro Baganha, vereador com os pelouros do urbanismo, espaço público e património.

Segundo o documento consultado pelo PÚBLICO, o amplo espaço junto à rua do Régulo Magauanha “encontra-se profundamente descaracterizado” e, além de ser ocupado “informalmente” pelo parque de camionagem, serve de “acesso de serviço a um conjunto de garagens dos prédios confrontantes”. O “mero aproveitamento funcional” da praça, recorda o arquitecto Luís Soares Carneiro em memória descritiva do projecto, propiciou-se no “espaço deixado livre pela demolição de um conjunto de antigas ilhas que ocupavam o miolo do quarteirão”. A abertura de uma nova frente para a rua do Régulo Magauanha devido à reabilitação da “Ilha do Bonjardim” e da “Ilha Amarela” e a “previsão de libertação a curto prazo do parque de camionagem”, argumenta Pedro Baganha na proposta, “constitui uma enorme oportunidade de resgatar esta área para a cidade, qualificando-a”.

A obra de requalificação deverá abranger uma área de 4.458,50 m², sendo que 212 m² serão ocupados por “espaços verdes de utilização colectiva”. Actualmente, parte do terreno “já integra o domínio público municipal e outra parte é do domínio privado municipal”. O projecto vai de encontro à estratégia do município para promover a “requalificação social e urbana do centro da cidade” e atrair novos moradores para o centro da cidade, “fomentando a função habitacional” do edificado.

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