Marta Temido: não há “condições” para falar sobre regresso às escolas. Situação não é “tranquila”

Ministra da Saúde salienta que, embora se tenha registado nos últimos dias uma diminuição dos casos de infecção e das mortes por covid-19 em Portugal, a situação não é ainda ideal e remete mais esclarecimentos sobre a reabertura das escolas para 11 de Março.

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A ministra da Saúde, Marta Temido ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta terça-feira que “não estamos ainda em condições” para falar sobre o regresso às escolas, um ano depois de terem sido confirmados os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em Portugal, remetendo mais esclarecimentos para o próximo dia 11 de Março.

Questionada sobre o regresso ao ensino presencial, em entrevista à Antena 1, Marta Temido respondeu: “Não estamos em condições de falar sobre esse tema ainda. Optámos por manter essa informação condicionada a um conjunto de circunstâncias, a um conjunto de audições e concretamente a um calendário que já foi anunciado pelo primeiro-ministro e que refere que no dia 11 de Março daremos conta de um conjunto de regras que, se determinados pressupostos se mantiverem, depois se aplicarão”.

A ministra da Saúde salienta que, embora se tenha registado nos últimos dias uma diminuição dos casos de infecção e das mortes por covid-19 em Portugal, a situação não é ainda ideal. “Quando, em Agosto, tivemos num determinado dia um máximo de 29 doentes internados em cuidados intensivos, ontem tínhamos 469. Quando, em Agosto, tínhamos 270 doentes internados em enfermaria, ontem [segunda-feira] tínhamos 2167. Quando, em Agosto, tínhamos uma taxa de positividade [dos testes à covid-19] de pouco mais de 1%, agora ainda estamos acima de 4%. Portanto, há muitas coisas que, embora hoje — porque já estamos habituados — nos pareçam estar tranquilas, estão longe de estar”, referiu.

Segundo Marta Temido, no que diz respeito à reabertura das escolas e às restrições planeadas para a Páscoa, o Governo pretende adoptar o melhor equilíbrio possível, apesar das críticas. A ministra destaca ainda a pressão nos hospitais e no sistema de vigilância dos contactos.

Por outro lado, Marta Temido garante que Portugal não enfrenta um problema de falta de vacinas, havendo, sim, em termos gerais, uma falta de capacidade de produção industrial das vacinas contra a covid-19.

No que diz respeito ao confinamento, a ministra da Saúde revelou que os dados disponíveis mostram que o período mais intenso de confinamento — ou seja, em que mais pessoas estavam confinadas — foi no dia 15 de Abril de 2020 e que agora nos encontramos a 69% desse patamar máximo, sublinhando que “este esforço final é muito importante”.

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