Covid-19: vacina da Johnson & Johnson protege contra doença grave e pode reduzir a transmissão

A vacina da Johnson & Johnson mostrou-se segura e eficaz, confirmaram os investigadores da Food and Drug Administration (FDA). O painel de especialistas independentes da FDA reúne-se esta sexta-feira para decidir se a vacina é aprovada nos EUA.

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A vacina de Johnson & Johnson tem uma taxa de eficácia mais baixa do que as vacinas da Moderna e Pfizer-BioNTech, que estão em torno de 95% DADO RUVIC/Reuters

A Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana que regula os medicamentos, apresentou esta quarta-feira novos dados sobre a vacina da Johnson & Johnson (J&J). Segundo esta agência, esta vacina é segura, promove uma boa resposta imunitária com uma única toma e mostrou-se 66% eficaz contra as múltiplas variantes. Estas conclusões resultam de um teste global que envolveu quase 44 mil pessoas.

A eficácia da vacina apresentou variações de 72% nos Estados Unidos, 66% na América Latina e 57% na África do Sul — onde uma nova variante se disseminou —, embora tenha sido 85% eficaz de um modo geral na prevenção de casos graves da doença. O estudo indicou ainda que existe uma eficácia mais baixa, de 42,3%, para pessoas com mais de 60 anos com factores de risco como doenças cardíacas ou diabetes. Mas esse número resultou de uma grande incerteza estatística, observou a FDA.

“Com esta vacina da J&J, seremos capazes de acelerar o processo de administração da vacina no nosso país [EUA] e no mundo”, disse Dan Barouch, virologista do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston, que liderou grande parte das primeiras investigações sobre esta vacina.

A vacina foi eficaz na redução do risco de covid-19 e na prevenção de infecções pelo novo coronavírus, confirmado por testes de PCR pelo menos 14 dias após a vacinação, disse a FDA. No entanto, três pacientes que tomaram a vacina tiveram efeitos secundários graves durante os testes, mas a FDA disse que a análise não levantou quaisquer preocupações de segurança específicas e impeditivas da emissão de uma autorização de utilização. Esta vacina tem ainda efeitos secundários visivelmente mais brandos do que as vacinas da Pfizer e da Moderna, e sem relatos de reacções alérgicas graves como anafilaxia.

As análises estimam que a vacina tenha uma taxa de eficácia de 74% contra as infecções assintomáticas. Mas esse cálculo foi baseado num número relativamente pequeno de voluntários, e a FDA observou que “há incerteza sobre a interpretação desses dados e conclusões definitivas não podem ser tiradas neste momento”.

A vacina da Johnson & Johnson pode ser armazenada a temperaturas normais de refrigeração durante, pelo menos, três meses, tornando a sua distribuição consideravelmente mais fácil do que as vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech, que requerem a administração de duas doses e devem ser armazenadas em temperaturas baixas.

A vacina de Johnson e Johnson tem uma taxa de eficácia mais baixa do que as vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech, que estão em torno de 95%.

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