Os monges da Birmânia juntaram-se às manifestações: “Ajudem a eliminar a ditadura miltar”

As manifestações pela reposição do Governo democraticamente eleito não cessam, apesar dos tanques nas ruas e da promessa dos militares de realizarem eleições.

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Os monges marcharam nas ruas de Rangum e concentraram-se junto da representação da ONU na cidade NYEIN CHAN NAING/EPA
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Um grupo de monges budistas marchou nesta terça-feira contra a junta militar no poder na Birmânia, juntando-se a uma campanha pelo fim do regime dos generais e pela libertação de líderes detidos do governo eleito e deposto a 1 de Fevereiro.

Cerca de 20 monges, envergando as suas túnicas cor de açafrão escuro, caminharam pelas ruas da principal cidade de Rangum até à representação local das Nações Unidas, pedindo aos cidadãos que se unissem ao protesto. “Gostaria de pedir a todos os cidadãos que ajudem a eliminar o poder da ditadura militar até que possamos livrar-nos deste sistema”, disse um dos monges, Sandar Thiri.

Os monges exibiram uma faixa em inglês com a mensagem: “Monges que não querem uma ditadura militar”. Alguns usavam máscaras vermelhas para se protegerem do coronavírus e tinham cartazes a dizer “Diga não ao golpe militar”.

Milhares de pessoas de todos os grupos sociais e profissionais saíram às ruas de cidades e vilas de todo o país para protestar contra os militares e exigir o regresso do Governo de Aung San Suu Kyio. Historicamente, os monges deste país predominantemente budista ajudaram a organizar as comunidades e, muitas vezes, lideraram a oposição às autoridades, sobretudo durante o domínio colonial britânico.

Os grandes protestos pró-democracia de 2007 ganharam o nome de “Revolução Açafrão” por causa do envolvimento de monges. Esses protestos, embora reprimidos, acabaram por levar os militares a decidirem retirarem-se gradualmente da política, um processo interrompido pelo golpe deste mês.

O Exército assumiu o poder argumentando que houve fraude nas eleições de 8 de Novembro, que o partido de Suu Kyi venceu por larga maioria. Nesta terça-feira, a Junta Militar disse que vai realizar eleições e que entregará o poder nessa altura. Negou que o que se passou a 1 de Fevereiro tenha sido um golpe de Estado e que Suu Kyi e outros líderes civis estejam detidos, acusando os manifestantes de serem violentos e intimidatórios.

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