Detenções de altas figuras da oposição não desencorajam protestos contra o golpe na Birmânia

Mais de 350 políticos, representantes do Estado, activistas e membros da sociedade civil, incluindo jornalistas, monges e estudantes, foram detidos desde o golpe de 1 de Fevereiro, mas as multidões continuam a desafiar as ameaças do poder militar.

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Os protestos populares contra o golpe militar na Birmânia (Myanmar) continuaram este sábado, apesar das numerosas detenções ordenadas pela Junta militar que tomou o poder à força a 1 de Fevereiro. A mobilização contra o golpe de Estado continuou logo pela manhã (hora local), depois de na sexta-feira centenas de milhares de manifestantes terem saído à rua.

Mais de 350 políticos, representantes do Estado, activistas e membros da sociedade civil, incluindo jornalistas, monges e estudantes, foram detidos desde o golpe de 1 de Fevereiro, indicou o Conselho de Direitos Humanos da ONU numa sessão especial, destacando que o “uso da violência contra os manifestantes era inaceitável”.

Nesta reunião, o Conselho adoptou uma resolução a condenar o golpe militar e a exigir a libertação imediata da conselheira de Estado, cargo equivalente a primeira-ministra, e ministra dos Negócios Estrangeiros birmanesa deposta, Aung San Suu Kyi.

Este sábado, a Junta militar decidiu suspender as leis que impediam as forças de segurança de deter suspeitos ou fazer buscas em propriedades privadas sem autorização dos tribunais e deu ordem para que conhecidos líderes dos movimentos de protesto contra o golpe fossem presos, afirma a Reuters.

A ordem de suspensão de três partes da lei de “protecção da privacidade e da segurança dos cidadãos”, introduzida depois da abertura democrática do país após mais de meio século de ditada, foi assinada pelo general Min Aung Hlaing que assumiu o poder depois do golpe, 

Na noite de sexta-feira, comités de vigilância de cidadãos surgiram espontaneamente em todo país para monitorizar a vizinhança em caso de operações das autoridades para deter opositores, de acordo com a agência France Presse.

Um vídeo filmado num bairro de Rangum, a maior cidade e capital económica do país, mostra muitos residentes a saírem à rua desafiando o recolher obrigatório, imposto ao início da noite, na sequência de relatos de uma rusga policial para deter dissidentes.

A 1 de Fevereiro, o exército prendeu Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.

A ONU, a UE, os Estados Unidos, o Japão, a China, a França e o Reino Unido foram algumas das vozes internacionais que criticaram de imediato o golpe promovido pelos militares em Myanmar.

Nos dias seguintes, sucessivos protestos contra os militares ocorreram em várias cidades birmanesas e a tensão nas ruas tem-se mantido, apesar de a Junta Militar birmanesa ter decretado a lei marcial.

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