É tudo uma questão de oxigénio

Do primeiro ao último suspiro, o PÚBLICO esteve cinco dias nos 160 mil m² do Hospital de São João, no Porto.

Manuel Roberto
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Manuel Roberto

Ester, Paulo e Luís não se conhecem, mas têm várias coisas em comum. Estão internados no Hospital de São João, no Porto, têm covid-19 e precisam todos que uma máquina ou um tubo os ajude a respirar porque têm os níveis de oxigénio em baixo.

Ester aguarda por notícias num dos cadeirões da urgência. Tem dificuldade em recordar os pormenores do que se passou. Não sabe como veio parar à urgência, ou há quantas horas aqui está, mas está certa de que tem covid-19 “há muito tempo”. A força que tem de fazer para tossir afasta-lhe muitas vezes a máscara da boca e do nariz. Diz que não tem dificuldades em respirar, mas o tubo por onde está a receber oxigénio conta outra história.

Já Luís está a respirar sozinho quase como se fosse a primeira vez. Com 40 anos, passou 20 e poucos dias em coma nos cuidados intensivos do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de São João por causa de uma infecção com o novo coronavírus. Foi “extubado” – palavra que normalmente significa que o pior já passou — há menos de 24 horas. Mas ainda tem um longo processo de recuperação pela frente. Primeiro, porque terá de ficar algum tempo nos cuidados intensivos, agora já acordado: ainda precisa de ajuda da ventilação não invasiva para respirar.

Paulo foi transferido ontem dos cuidados intensivos para uma enfermaria. Quando perdeu o apetite e o olfacto não estranhou, achou que era uma constipação. Mas depois começou a ter falta de ar e “soube logo” que algo não estava bem. Ontem foi a primeira vez que este funcionário da área judicial com 54 anos falou com a família desde que entrou nos cuidados intensivos. As conversas fazem-se por mensagem, já que Paulo ainda está a receber oxigénio. Uma simples frase tem de ser interrompida várias vezes, tal é o esforço para falar.

O PÚBLICO esteve cinco dias nos 160 mil m² do Hospital de São João e acompanhou estas e outras histórias. Veja abaixo as imagens desta reportagem.

Manuel Roberto
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