DS 4, a desbravar caminho entre os premium

O primeiro de uma nova linhagem de modelos, que será exemplo da ambição estatutária da ainda jovem marca, chega com duas roupagens: sofisticada e aventureira.

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É uma (ainda) jovem marca a nadar num mar cheio de tubarões como é o segmento premium. Mas 2021 promete ser um ano cheio de novidades, com as quais a DS promete competir com as referências alemãs Audi, BMW e Mercedes. A arrancar, um compacto sofisticado que pode assumir uma postura mais aventureira, na forma de Cross.

A revelação, no início do mês, decorreu em simultâneo para todo o mundo e veio saciar a curiosidade do sector, que foi sendo alimentada ao longo do tempo por imagens de silhuetas ou sombras. Agora, o véu caiu para mostrar um automóvel que transmite sobretudo maturidade, o que não deixa de ser extremamente relevante num emblema tão recente, ainda que com uma herança de peso (da própria Citroën, da qual cortou o cordão umbilical em 2014, e do modelo ao qual foi buscar o nome, o Citroën DS, produzido entre 1955 e 1975).

Isto num produto que pretende ser embaixador do savoir-faire (arte de bem-fazer, perícia) francês, como repetem regularmente os responsáveis da marca. “Queremos manter-nos na dianteira”, anunciou a CEO, Béatrice Foucher, logo no início da apresentação do que considerou ser “um carro único no mercado”, que testemunha “a excelência tecnologia”, ao mesmo tempo que apresenta um “design audacioso” e que deverá ser comercializado no último trimestre.

Design esse que é “mais do que estilo”, frisou o responsável da área, Thierry Métroz, sublinhando a nova silhueta marcada por uma linha de ombros escultural a contrapor com um tejadilho que cai ligeiramente, num remate composto por linhas gráficas. É essa mesma silhueta que permitiu “proporções extraordinárias”, na opinião de Marion David, directora de produto da DS; visíveis nos detalhes, como explicou Fréderic Soubiron, responsável pelo design exterior: “Logo ao primeiro esboço percebemos que, ao adoptarmos rodas mais largas (que parece terem sido empurradas para os cantos do carro, tornando-me visualmente mais comprido), acrescentávamos volume ao carro.”

À frente, evidencia-se a integração das luzes de dia na carroçaria, que assumem uma posição vertical, a emoldurarem uma grelha com peças em forma de diamante (a forma geométrica repete-se um pouco por todo o carro, como já tinha sido visto nos outros modelos da marca).

O DS 4 Cross, por seu turno, exibe a imagem moderna de SUV urbano, com um tratamento da parte inferior dos pára-choques, realçada por uma protecção específica e pintura em preto mate, além de jantes específicas e barras de tejadilho. Como opções exclusivas, o DS 4 Cross pode ser equipado com o sistema Advanced Traction Control, o qual garante uma melhor motricidade com modos de funcionamento Areia, Neve e Lama, bem como o Hill Assist Descent Control.

Por dentro, a DS aposta na fórmula “menos é mais”, procurando promover um ambiente propício a uma condução tranquila. De design “simples e puro”, o tablier desenha-se numa única curva, de ponta a ponta, em que os ventiladores são praticamente invisíveis e um novo comando na consola permite gerir o sistema de infoentretenimento. Já os bancos, sublinha a marca, foram desenhados e concebidos no sentido de envolverem os seus ocupantes, sendo que, entre os opcionais, podem incluir ventilação e função de massagem. Curiosidade: um terço dos componentes usados é reciclado, sendo que 95% dos materiais são reutilizáveis.

Em termos tecnológicos não há menos a parecer mais, já que a marca não poupou em predicados, integrando, por exemplo, um grande head-up display projectado no vidro da frente e que é “um primeiro passo para uma realidade aumentada”. Ou seja, através de um efeito óptico, os dados são exibidos como se estivessem a quatro metros de forma a acompanhar o olhar do condutor na estrada, numa diagonal de 21'’, incluindo informações essenciais, tais como velocidade, ajudas de condução, navegação e mensagens de alerta, ou a canção que está a ouvir ou a chamada que está a receber. Outra novidade em destaque é a suspensão adaptativa que recorre à análise de uma câmara no pára-brisas para se ajustar de forma automática à estrada.

Em termos de mecânicas, a que suscitará maior interesse será provavelmente a híbrida de ligar à corrente, com 225cv, que, com autonomia para mais de 50 quilómetros em modo eléctrico, poderá usufruir de benefícios fiscais. No entanto, a DS não se mostra preparada para virar as costas aos motores térmicos: estão previstas três declinações do motor Puretech a gasolina, com 130, 180 e 225cv, além de uma proposta a gasóleo com o BlueHDi de 130cv.

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