Sector dos casamentos com perda de facturação na ordem dos 90% em 2020

Apenas 8% dos profissionais do sector acreditam que a actividade vai regressar ao normal durante este ano. Mais de metade das empresas não conseguiu remarcar os adiamentos de 2020.

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Em 2020 apenas se realizaram 16,8% dos casamentos agendados Unsplash/ Jeremy Wong Weddings

O sector dos casamentos em Portugal teve perdas de facturação na ordem dos 90% em 2020, devido à pandemia de covid-19, que interrompeu grande parte da actividade, revela um estudo agora divulgado. Transversalmente, os profissionais apelam a que o Governo aponte uma data para o sector voltar ao activo.

Realizado pela BestEvents, empresa responsável pela organização de feiras nacionais e internacionais dedicadas ao casamento, e pela revista I Love Brides, o estudo revela que 34,2% das empresas inquiridas tiveram perdas na ordem dos 90% e 19,8% perto de 80%, enquanto 18% não tiveram qualquer facturação (entre 90 a 100%).

O estudo foi realizado junto de empresas de sectores ligados a casamentos, como ourivesarias, espaços, designers de bolos, organizadores de casamentos, fotografia e videografia, decoração, convites e lembranças, vestuário para os noivos e acessórios, cabelo e maquilhagem, ramo da noiva, animação, aluguer de viaturas e lua-de-mel.

A participação de mais de uma centena de empresas ligadas ao sector mostrou que de entre 6231 casamentos que tinham agendados no total, apenas realizaram 1049 (16,8%), com grande parte (66,2%) a ser adiada para 2021 e 7,7% para 2022.

No entanto, mais de metade das empresas (55,8%) não conseguiu remarcar todos os adiamentos que tiveram, tendo 38% sido obrigadas a devolver os sinais. O cancelamento foi elevado, num total de 26,1%, e desta percentagem 63,2% desistiram mesmo do casamento e 12,6% cancelaram devido a indisponibilidade de datas, entre outros motivos.

Perante os momentos de incerteza pela situação pandémica, foram avaliados os índices de confiança das empresas relativamente ao ano 2021, com 46% a revelarem ter entre 25% e 50% de confiança na retoma, face aos 31,9% entre 50% a 75%. Os muito pouco confiantes são 14,2%, enquanto 8% estão muito confiantes de que a recuperação ocorra ainda este ano.

Desde o início da situação pandémica em Portugal, em Março de 2020, que as duas entidades que realizaram o inquérito têm vindo a desenvolver diversas acções em prol do sector, apelando à união do mesmo para fazer chegar ao Governo as suas preocupações e propostas, para que “haja uma mensagem de confiança ao mercado”.

“Não podemos esquecer que é uma actividade sazonal. Por isso, essa mensagem de confiança vem no sentido de garantir a sustentabilidade e a recuperação da confiança dos clientes. É importante que o Governo apresente uma previsão de data para o sector começar a operar”, frisa Jorge Ferreira, director executivo da BestEvents.

Entre as empresas que responderam ao inquérito, 49,6% são da região norte, 21,7% da Área Metropolitana de Lisboa, 14,8% do Centro e 11,3% da Área Metropolitana do Porto, com as restantes a dividirem-se entre Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.310.234 mortos no mundo, resultantes de mais de 105,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 14.158 pessoas dos 765.414 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

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