Norte 2020 destina 7,3 milhões a projecto de energia das ondas em Viana do Castelo

A empresa tecnológica sueca CorPower Ocean, que está a investir 16 milhões de euros na criação de um centro para a produção de conversores da energia das ondas, ganhou um financiamento de 7,3 milhões, revelou a CCDR Norte.

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A empresa CorPower Ocean tem um acordo com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) Paulo Pimenta

A construção de um centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Viana do Castelo para a produção de conversores da energia das ondas garantiu um financiamento de 7,3 milhões de euros, informou a entidade gestora do Norte 2020, nesta terça-feira.

Em comunicado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) explicou que a empresa tecnológica sueca CorPower Ocean está a investir 16 milhões de euros na criação daquele centro, no porto de mar da capital do Alto Minho, resultado de um acordo estabelecido com Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

O presidente da CCDR-N, a autoridade administrativa do Norte 2020, António Cunha, citado na nota, disse ser “gratificante constatar que o projecto contou com um apoio da União Europeia de 7,3 milhões de euros”.

“Os próximos anos serão cruciais na aplicação das energias limpas, que permitirão apostar numa economia mais verde. Este desafio é ainda mais importante quando estamos num país onde o mar representa um elemento essencial da economia, da sociedade e até da cultura. Com 144 quilómetros de costa, a região Norte é, sem dúvida, o melhor lugar para um projecto deste tipo”, referiu António Cunha.

Para o presidente da CCDR-N, “projectos deste tipo são essenciais para o investimento na região Norte”.

“Através da CorPower, mais especificamente do projecto HiWave, será possível destacar o papel do Norte na vanguarda e na inovação em matéria de energias alternativas”, destacou.

Também a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) “saudou” o financiamento comunitário do projecto da empresa sueca, referindo que “Portugal tem conseguido atrair investimentos de empresas internacionais com projectos inovadores, graças às suas vantagens competitivas, com ênfase no talento”.

“O projecto HiWave-5 da CorPower, em Viana do Castelo, um investimento global de 16,3 milhões de euros, é um passo firme para a consolidação de Portugal na vanguarda mundial da inovação e das energias alternativas, concretamente na energia oceânica”, observou.

Para o administrador da CorPower Ocean, Patrik Möller, “a decisão de financiamento comunitário reafirma o empenho de Portugal no sector da energia oceânica”.

“Temos o prazer de anunciar este desenvolvimento positivo, que nos permitirá intensificar ainda mais as operações em Portugal. Estamos a ganhar um grande impulso com o nosso novo Centro de Investigação e Desenvolvimento, que se encontra em fase de conclusão, e uma equipa em rápida expansão”, afirmou o administrador citado no documento.

Patrik Möller acrescentou que, “embora Portugal ofereça condições naturais ideais para o projecto de demonstração, fundamentalmente também partilha da paixão e visão” da empresa “pela energia oceânica”.

“Existe uma vontade política firme de manter a posição de liderança em energias limpas, que se reflecte neste recente investimento na CorPower. O nosso trabalho encontra-se bem alinhado com a Estratégia Industrial Portuguesa para as Energias Renováveis Oceânicas, que visa criar um cluster de exportação industrial competitivo e inovador”.

Em Outubro de 2020, o representante em Portugal da tecnológica sueca, Miguel Silva Miguel Silva disse que no centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D), que empregará 15 trabalhadores “altamente qualificados”, será produzido, em 2021, “o primeiro equipamento em escala real, capaz de produzir 300 kilowatts de energia”, a ser “instalado na Aguçadoura, ao largo da Póvoa de Varzim, para a realização de testes”.

Na altura, numa sessão de apresentação do projeto em Viana do Castelo, adiantou que naquele centro “vão ser desenvolvidos e produzidos todos os componentes necessários à produção do equipamento”, servindo ainda para centralizar “todas as operações marítimas de colocação, manutenção, observação e recolha de dados” que os mesmos irão produzir.

Na ocasião, apontou para 2024 o início da comercialização dos primeiros conversores de energia das ondas produzidos em Viana do Castelo, culminando um projecto iniciado em 2012 num investimento global de 52 milhões de euros.

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