Cartas ao director

SNS: lacuna nos candidatos

Nos debates entre candidatos presidenciais descobrem-se lacunas. Exemplo: um diz que não sabe o que é o neo-liberalismo, outro não sabe explicar o que é essa modalidade do liberalismo. Quanto ao SNS ouviu-se a referência a tempos de espera. Com justificação. Mas, na minha opinião, o ponto forte do nosso SNS que não foi sublinhado é o tratamento das urgências graves (enfartes, avc, acidentes graves…). Chama-se a ambulância e há assistência com elevada qualidade sem se pagar na entrada ou na saída. Os hospitais privados podem ter um excelente corpo clínico mas há que levar um cheque e uma caneta para escrever um número elevado, na entrada e talvez mais na saída. Num caso somos cidadãos solidários e o sistema é o melhor exemplo de moral cristã, noutro somos clientes e temos a moral do mercado. É escolher!

A. Betâmio de Almeida

Dia triste em Portalegre

À hora de almoço do dia 14 de Janeiro somos surpreendidos em dois canais de notícias com linguagem de taberna rasca da criatura Ventura, que se confirma sem estrutura. Em auditório da cidade que apresentava qualidade saiu verborreia para papalvos. Gostamos de Portalegre e não acreditamos que tenha número elevado de pessoas que se deixem enganar. Os que queiram ler Rui Cardoso Martins, que sempre revelou a cidade de onde é natural e lhe confere prestígio, conquistarão mais consciência cívica. População informada e que se tenha ao longo da vida preocupado com a educação não pode andar a dar apoio a linguagem de charlatão. País grandioso, com essa população, não daria mais do que umas centenas de distraídos em todo o território a apoiar esta figura. Na carruagem apenas os por coerência mal-intencionados.

Miguel Pereira Batista, Ramalhal 

Presidenciais

O candidato do Chega resolveu tentar enxovalhar os adversários da corrida presidencial. Sabe que proferiu os impropérios julgando que iria ter resposta, infelizmente Ana Gomes resolveu responder-lhe. Foi a única, e foi pena. Para um ser desprezível só há um caminho, o desprezo. Fez bem João Ferreira em responder à jornalista que o seu único assunto neste momento são os temas das presidenciais e que não vai desviar-se dele. Cair na resposta é cair no jogo do referido candidato do Chega. O candidato do Chega julga-se superior e só o será se os seus adversários cederam às provocações.

Mário Pires Miguel, Reboleira 

O avô do André

Tenho idade biológica, e até civil, suficiente para ser avô do André Ventura. Mas não me revejo no “avô bêbado” que, ao que ele diz, “tem em casa”. Também não me sinto “contrabandista” (aquele meio quilo de caramelos que trouxe de Vigo conta?), “operário beto de Cascais”, ou um qualquer “fantasma”. Nem me incomodam “lábios muito vermelhos”. Haverá quem o queira para Presidente da República? É capaz de haver, mas a esses aconselho a que metam a mão na consciência, porque, se assim votarem, arriscam-se a ser piores do que ele.

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

Sejamos responsáveis

Não adianta protestar porque a realidade é o que é e os números falam por si. A mudança que é necessária acontecer para bem de todos nós e de Portugal só depende de cada um de nós e não do nosso vizinho. Se falharmos neste confinamento não poderemos culpar o governo por futuros dados demasiado trágicos, quer em termos do SNS quer em termos económicos. Por isso, o fundamental e mais importante de tudo é que cada um seja responsável. 

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora 

Cantigas, ó Rosa

Dei-me ao trabalho de ler, no PÚBLICO de quinta-feira, o extenso, meandroso e pernóstico relambório do ex-director geral da Política de Justiça, e relativo aos anteriormente “lapsos”, aos agora “erros” e aos futuros (…?), no currículo do candidato português a procurador europeu. Não lhe faltaram até eruditas citações, como esta de Bento de Jesus Caraça: “Se não receamos os erros, é porque estamos sempre prontos a corrigi-los” (comovente humildade!).

Tantos esforços e contorções para branquear “uma decisão política, democrática, legal, justificável e transparente” (ena tantas lantejoulas!). Porque será que no fim, e mesmo assim, não me convenceu o seu latim? Porque, curiosamente, me lembrou este provérbio latino: “excusatio non petita, accusatio manifesta”, ou seja e em português vernáculo: “uma desculpa não pedida é uma acusação manifesta”.  

Flávio Vara, Lisboa

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