Comissão garante 300 milhões de doses adicionais da vacina da Pfizer

Presidente da Comissão Europeia anuncia alargamento do contrato para que Estados membros possam acelerar campanhas de vacinação. “Há que vacinar um máximo de europeus o mais depressa possível”, diz Von der Leyen.

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Uma das vacinas contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech Reuters/LUCY NICHOLSON

A Comissão Europeia chegou a acordo com a Pfizer/BioNTech para a compra de 300 milhões de doses adicionais da vacina contra a covid-19, duplicando dessa forma o fornecimento previsto no âmbito do contrato de aquisição conjunta e posterior distribuição pelos 27 Estados membros da União, anunciou a presidente da Comissão Europeia, na manhã desta sexta-feira.

Segundo Ursula von der Leyen, com este reforço do fornecimento das vacinas já autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento, a Comissão Europeia assegurou as doses necessárias para a inoculação de 380 milhões de pessoas, ou cerca de 80% da população da União Europeia. “E ainda temos no nosso portefólio contratos para a compra de outras vacinas que ainda vão passar pelo processo de autorização”, lembrou a líder do executivo comunitário.

Von der Leyen lembrou que a Comissão começou a negociar com as farmacêuticas que estavam a desenvolver vacinas contra o novo coronavírus enquanto ainda decorriam as fases de testes, com a intenção de construir uma “capacidade alargada” e garantir o acesso simultâneo a todos os Estados membros. 

“O nosso portefólio total cobre 2,3 mil milhões de doses, que são mais do que suficientes para a população da União Europeia e dos países da vizinhança”, vincou Ursula von der Leyen.

No âmbito da estratégia para a aquisição conjunta, que foi subscrita por todos os Estados membros, é Bruxelas que tem a responsabilidade de negociar com as farmacêuticas e fixar obtermos para a compra e posterior distribuição das vacinas: por exemplo, neste aditamento do contrato firmado com a Pfizer BioNtech, a Comissão assegurou entrega de 75 milhões de doses adicionais já durante o primeiro trimestre de 2021, com as restantes a ser fornecidas até ao fim do ano.

Como frisou a presidente da Comissão, depois de um arranque “difícil” e “atribulado” das campanhas de vacinação em vários países europeus, é fundamental agora acelerar o processo e “vacinar um máximo de europeus o mais depressa possível”. “Os Estados membros estão a fazer todos os esforços para se adaptar, mas é preciso avançar mais depressa”, apelou, informando que o executivo está a monitorizar o progresso da campanha de vacinação com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Von der Leyen lembrou ainda que o compromisso que foi assinado por todos os Estados membros, e que é “juridicamente vinculativo”, insistiu, faz da Comissão a única interlocutora com a indústria farmacêutica. Isso quer dizer, repetiu, que “não há negociações bilaterais paralelas” nem “contratos bilaterais paralelos” para a aquisição de vacinas.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, confirmou no início da semana que o seu Governo tinha entabulado negociações com a Pfizer BioNTech para garantir a distribuição de 30 milhões de doses adicionais, chegando mesmo a assinar um “memorando de entendimento” nesse sentido no mês de Setembro, antes de Bruxelas ter fechado o seu próprio contrato para aquisição conjunta (que foi assinado em Novembro).

Entretanto, a Comissão Europeia informou que “as discussões sobre as necessidades adicionais expressas pela Alemanha estão a ser feitas no contexto do mecanismo europeu de aquisição conjunta”.

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