Há 600 famílias com grave carência habitacional em Coimbra

Câmara aprovou Estratégia Local de Habitação que inclui a construção de quatros blocos de apartamentos até 2024.

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CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO

São perto de 600 as famílias em situação de grave carência habitacional no concelho de Coimbra. O número consta do diagnóstico feito no âmbito da Estratégia Local de Habitação, documento que foi aprovado nesta segunda-feira em reunião de executivo da Câmara Municipal de Coimbra.<_o3a_p>

O levantamento que foi feito pela CMC com a colaboração das Comissões Sociais de Freguesia mostra que estas 600 famílias não vivem nas habitações municipais. No entanto, o documento aponta também que há 226 outras famílias a viver em casas da autarquia que precisam de ser realojadas “devido à degradação atingida por uma parte do parque social municipal”.<_o3a_p>

A resolução deste problema é uma das prioridades a médio prazo elencadas no documento que é exigido para que a autarquia de Coimbra possa candidatar-se a financiamento no âmbito do 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação. A estratégia terá ainda que ser submetida à análise da Assembleia Municipal.<_o3a_p>

No documento consta também um calendário de intervenções para ajudar a dar resposta ao problema da habitação do município. Assim, a CMC prevê construir quatro blocos de apartamentos até 2024, num investimento que deverá atingir oito milhões de euros e resultar na criação de 87 fogos, com tipologias entre T1 e T3.<_o3a_p>

Os empreendimentos vão ser construídos em Santa Eufémia (Taveiro), na Fonte do Castanheiro (Vale da Arregaça, que também já tem habitação da autarquia), na estrada de Vale de Figueiras e na rua Cidade de Cambridge (no Ingote, onde também já há um bairro camarário). O investimento mais expressivo é nesta última localização, onde serão criados 32 fogos de habitação, com um custo total de 3 milhões de euros. Esta deverá ser também a última edificação a estar pronta, em 2024. Os outros três empreendimentos deverão estar concluídos em 2023, estima a autarquia.<_o3a_p>

Mas a estratégia da CMC não passa apenas pela construção de novos fogos. “Atendendo à crise sócio-económica que se tem vindo a desenvolver, perspectiva-se que o número de famílias que residam em condição indigna se agrave, pelo que será necessário prever o aumento da resposta habitacional”, lê-se no documento. Por isso, o documento defende o aumento do parque habitacional em cerca de 500 fogos “através da reabilitação de edifícios e/ou fogos, bem como a aquisição/afetação de terrenos para construção”. O presidente da CMC, Manuel Machado, diz que a lógica é a de “disseminar pelo território” as habitações do município, contrariando a lógica das décadas em que foram construídos muitos dos bairros sociais em Portugal.<_o3a_p>

O município refere também que o investimento na requalificação dos bairros municipais da Rosa, Conchada, Ingote e Celas já ascende a cerca de 11 milhões de euros. Ao PÚBLICO, a autarquia avança que há cerca de 680 agregados familiares que fizeram pedidos de habitação à câmara. Desses, perto de 480 estão já estudados e aprovados, encontrando-se em lista de espera.<_o3a_p>

A Estratégia Municipal de Habitação foi aprovada com sete votos favoráveis e quatro abstenções, dos vereadores do PSD e do movimento Somos Coimbra.<_o3a_p>

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