Líder parlamentar do PS: “Directora do SEF deveria ter-se demitido de imediato”

Ana Catarina Mendes diz que comunicado do MAI “é muito pouco confortável para quem defende o Estado de direito”

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Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS Nuno Ferreira Santos

A líder parlamentar do PS afirmou na noite desta quarta-feira que a directora do SEF, que se demitiu durante a manhã, devia ter saído logo em Março, a seguir ao assassinato no aeroporto de Lisboa do cidadão ucraniano.

Apesar de afirmar que não defende a demissão do ministro Eduardo Cabrita, Ana Catarina Mendes defendeu que “a directora do SEF dever-se-ia ter demitido de imediato”. Uma segunda oportunidade para a saída de Cristina Gatões foi a sua entrevista à RTP, quando admitiu ter existido tortura. “Quando temos um director do SEF a dizer que há um caso de tortura e não se demite é muito grave”. A chefe da bancada  do Partido Socialista defendeu que o ministro deve explicações: “Sinceramente, a demissão da directora do SEF peca por tardia. Espero que o ministro dê as justificações que tem a dar sobre isso”.

Ana Catarina Mendes falava no programa “Circulatura do Quadrado”, da TVI-24, onde Pacheco Pereira defendeu a demissão de Eduardo Cabrita e fez uma crítica violenta ao comunicado emitido esta terça-feira pelo Ministério da Administração Interna onde era anunciada a demissão da directora-geral. “O comunicado do MAI é um comunicado muito pouco confortável para quem defende o Estado de direito”, afirmou a líder parlamentar socialista, para quem “a instituição SEF fica muito fragilizada com estes 10 meses como se nada tivesse acontecido e com uma directora em silêncio. Podia ter morrido mais alguém”. “Espero que o responsável político quando for ao Parlamento possa explicar”, disse Ana Catarina Mendes.

Antes disso, a socialista já tinha dedicado duas publicações na rede social Facebook ao assunto. Na primeira, a 29 de Novembro, escreveu: “Intolerável, inadmissível! Tem de ser investigado e, confirmada a veracidade, punidos os responsáveis por esta monstruosidade! Pelo respeito pelos Direitos Humanos!”.

Na segunda publicação, dois dias depois, acrescentou: “Perante as gravíssimas denúncias que têm vindo a público, sobre factos que, a serem verdade, são inadmissíveis num Estado de direito democrático, o grupo parlamentar do Partido Socialista entende que, além de ouvir as explicações do senhor ministro da Administração Interna e da senhora directora nacional do SEF, deve também chamar a senhora Provedora de Justiça, uma vez que é o mecanismo nacional de prevenção da tortura.”

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