Rede de tráfico humano desmantelada em Itália

Traficantes levavam migrantes migrantes do Afeganistão, Irão, Iraque e Paquistão para a Itália e, dali, para outros países da Europa, sobretudo para França. Os migrantes pagavam seis mil euros cada pela viagem.

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Os migrantes eram levados da Turquia e Grécia para Itália ERDEM SAHIN/EPA

A polícia italiana deteve 19 pessoas de uma rede criminosa dedicada ao tráfico e transporte ilegal de migrantes do Afeganistão, Irão, Iraque e Paquistão para a Itália e, posteriormente, para dentro da Europa.

A investigação, conduzida pelas autoridades policiais e judiciais da Catânia, na Sicília, desmantelou a rede que usava veleiros alugados ou roubados que transportavam migrantes da Turquia e da Grécia para Itália.

Uma vez em Itália, alguns viajavam para Norte, até à fronteira, onde depois operavam veículos de contrabandistas que os levavam até território francês, num esquema que tinha a sua logística montada nas cidades fronteiriças, indica um comunicado da polícia italiana citado pela agência Associated Press.

Os detidos incluem cidadãos curdos iraquianos, afegãos e italianos.

Uma das bases da rede estava em Bari, no Sul da Itália, onde documentos falsos foram emitidos indicando que os migrantes tinham moradia e um certificado de autorização de residência.

Outras bases da rede criminosa estavam sediadas em Milão e Turim, no Norte da Itália, e na cidade de Ventimiglia, perto da fronteira com a França.

Outros suspeitos envolvidos no esquema falsificaram contratos de trabalho para que os migrantes pudessem solicitar permissão para residir na Itália.

A investigação iniciou-se em 2018, e foi aberta com a chegada de dez embarcações perto da cidade de Siracusa, na Sicília.

Os barcos partiam da Turquia e da Grécia, no Mediterrâneo Oriental, e não da Líbia, de onde durante anos a maioria das centenas de milhares de migrantes partia para rumo a Itália em navios de traficantes que ofereciam pouca segurança no mar.

A investigação recolheu também provas da actividade de uma rede formada por italianos e estrangeiros, a maioria deles com autorizações de residência concedidas por motivos de protecção internacional, informou a polícia italiana.

Um dos detidos, confessou à polícia, que estava prestes a transportar migrantes da estação ferroviária de Ventimiglia para a França, um dos países de destino preferencial dos migrantes.

Os capitães que eram contratados para levarem os migrantes de barco para a Sicília recebiam cerca de 800 euros por travessia, enquanto os migrantes pagavam, cada um, cerca de 6000 euros para serem transportados ilegalmente da Ásia.

Esta rede de tráfico humano era um “elo essencial de conexão com grupos criminosos activos na Turquia e na Grécia”, explicou ainda a polícia.

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