Sem público, Chanel não deixa de mostrar o melhor trabalho dos seus artesãos

A etiqueta francesa transformou um castelo numa glamorosa vitrina online para a sua colecção Métiers d’Art.

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DR/Juergen Teller/Chanel

O castelo de Chenonceau, também conhecido como Castelo das Sete Damas, no vale do Loire, foi o cenário escolhido pela Chanel para o regresso aos desfiles – sem público presente. A actriz norte-americana Kristen Stewart foi a excepção. Como embaixadora da chancela de luxo, a protagonista de A Saga Twilight sentou-se na primeira e única fila.

A etiqueta francesa transformou, na noite de quinta-feira, o castelo numa glamorosa vitrina online para a sua colecção Métiers d'Art, uma exposição anual, criada em 2002, que pretende exibir o melhor do trabalho dos artesãos, agora sob o escrutínio da designer Virginie Viard, que sucedeu ao mítico Karl Lagerfeld. Tudo para fazer face a um novo período da pandemia, que se caracteriza por um conjunto apertado de restrições – a Chanel tinha sido uma das marcas que tinha regressado aos desfiles com público, após o alívio das medidas decorrentes da primeira vaga.

Com looks apropriados para um banquete pré-revolucionário, dezenas de modelos desfilaram elaborados estilos Chanel, indo ao encontro de um público do século XXI, ausente, mas presente via streaming, ao mesmo tempo que se procurou recuperar o semblante do ambiente do século XVI.

Túnicas de estilo medieval em tweed ou veludo rico povoaram a passerelle, seguidas de vestidos com jóias incrustadas, próprios para princesas da Renascença. Alguns vestidos e saias foram usados sobre leggings, dando aos estilos um toque moderno e, acima de tudo, pragmático à la Chanel.

Com uma enorme lareira atrás de si e sob pesados e antigos lustres, as modelos caminhavam por um corredor de pedra a preto e branco. E o motivo do losango ecoava nos vestidos, incluindo um vestido de malha e uma saia de tweed preta e branca axadrezada.

Alguns estilos foram realçados com enfeites estilo pele em punhos e lapelas, enquanto outros embelezados com colares de pérolas mais elaborados. Em destaque, estiveram ainda alguns símbolos heráldicos a ostentar a flor-de-lis (associada à monarquia francesa) em tops tricotados.

“Desfilar no castelo de Chenonceau, o Castelo das Damas, faz todo o sentido. O majestoso castelo foi concebido e habitado por mulheres, entre elas Diana de Poitiers e Catarina de Médicis (...) E o emblema de Catarina de Médicis era um monograma composto por dois Cs interligados, como o da Chanel”, fez saber, em comunicado, a directora artística da marca francesa.

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