Há mais profissionais de saúde vacinados contra a gripe, mas menos doentes crónicos estão já imunizados

Entre as grávidas, a cobertura vacinal ainda é reduzida, tendo apenas 44% das mulheres inquiridas no projecto Vacinómetro assegurado que já receberam a vacina.

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Daniel Rocha

Cerca de cinco semanas após o início da época de vacinação contra a gripe, há este ano muito mais profissionais de saúde imunizados do que tem sido habitual no passado, mas a vacinação de doentes crónicos está mais atrasada do que em 2019, indica o último relatório do projecto Vacinómetro – que monitoriza a cobertura vacinal nos grupos prioritários. A boa notícia é a de que mais de 60% dos profissionais de saúde já foram vacinados, uma taxa superior em mais de 20% face ao mesmo período da última época vacinal, e houve igualmente um aumento no grupo das pessoas entre os 60 e os 64 anos (34% contra 27,8%), de acordo com os dados recolhidos através de inquérito telefónico a uma amostra de 2641 pessoas e que foi realizado entre 18 e 23 de Novembro.

No entanto, registam-se taxas de vacinação “menos satisfatórias” entre os doentes crónicos (46,4% versus 52% em período equivalente da época gripal de 2019/2020) e entre os cidadãos com 65 ou mais anos de idade (57,1% versus 58,4%), lê-se no relatório do projecto da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio da Sanofi Pasteur.

Também entre as grávidas a cobertura vacinal é ainda reduzida, tendo apenas 44% das mulheres inquiridas assegurado que já receberam a vacina. “Mais grave ainda, entre as grávidas não vacinadas, somente 20,9% demonstrou vontade de se vacinar no tempo que resta da actual campanha”, segundo o Vacinómetro.

Extrapolando estes números para a população nacional, estima-se que entre os mais de 1,6 milhões de pessoas com 65 ou mais anos já vacinadas, mais de 965 mil tenham sido imunizados no centro de saúde, enquanto 8,5% receberam-na gratuitamente na farmácia e 5,5% compararam-na neste tipo de estabelecimento. Uma parte substancial (92,5%) dos vacinados já tinha sido inoculada em outros anos.

Em quase metade dos casos, as pessoas decidiram vacinar-se por recomendação do médico, um terço fê-lo no contexto de uma iniciativa laboral e 9,6% por sua iniciativa, tendo 7,5% respondido que o decidiu fazê-lo por integrar grupos de risco. 

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