Morreu David Dinkins, o único mayor negro de Nova Iorque

Tinha 93 anos e morreu um mês e meio depois da sua mulher, com quem esteve casado 67 anos. O actual presidente da câmara da cidade, Bill de Blasio, recordou o “mentor e amigo”, e o seu sucessor, Rudy Giuliani, também enviou condolências.

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Dinkins ladeado por Ed Koch e outro presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg Rhona WISE/EPA

David Dinkins, o primeiro e único presidente da câmara de Nova Iorque negro, morreu na segunda-feira aos 93 anos de idade. Eleito, em 1989, com a expectativa de reduzir as tensões raciais numa das épocas mais difíceis da cidade, Dinkins acabou por falhar esse objectivo e foi derrotado na eleição seguinte por Rudy Giuliani, o actual advogado do Presidente Donald Trump.

A notícia da morte do antigo mayor de Nova Iorque foi avançada esta terça-feira pelo jornal New York Times. No Twitter, o actual presidente da câmara, Bill de Blasio, recordou “um homem verdadeiramente notável”.

“David Dinkins pôs esta cidade num caminho melhor. Foi meu mentor e amigo, e a sua determinação para lutar por este ‘lindo mosaico’ inspira-me a cada dia”, disse De Blasio, usando a expressão com que Dinkins costumava descrever Nova Iorque.

A mulher de Dinkins, Joyce Dinkins, morreu em Outubro, aos 89 anos. Os dois estiveram casados durante 67 anos.

Recordado pelo impacto da sua eleição como primeiro mayor negro de Nova Iorque, mais do que pelas decisões que marcaram os seus quatro anos de mandato, David Dinkins acabou por ser vítima do contexto histórico em que foi eleito. Antes e depois dele, na liderança da cidade, estiveram dois dos mais influentes presidentes da História de Nova Iorque – Ed Koch (1977-1989) e Rudy Giuliani (1993-2001).

A publicação, em Julho de 1993, de um relatório que o acusou de ter agido tardiamente para travar a espiral de violência entre negros e judeus em Crown Heights, dois anos antes, foi determinante para a sua derrota. Quatro meses depois, na eleição de Novembro de 1993, perdia a hipótese de ser reeleito numa campanha contra Rudy Giuliani, na altura um ex-procurador que prometia devolver a segurança às ruas da cidade.

No Twitter, o actual advogado de Trump deu as condolências à família e “aos nova-iorquinos que o amavam e apoiavam”.

“Ele deu uma grande parte da sua vida à nossa cidade. Esse serviço é respeitado por todos”, disse Giuliani.

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