Fusão entre o BBVA e o Sabadell pode custar 6000 empregos

Absorção do Sabadell pelo BBVA deverá criar o segundo maior banco espanhol, a seguir ao CaixaBank, colocando o grupo Santander na terceira posição.

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O presidente do BBVA, Carlos Torres Vila Reuters/GUSTAVO GRAF MALDONADO

A eventual fusão entre os bancos espanhóis BBVA e Sabadell poderá resultar no encerramento de 1250 balcões e na eliminação de seis mil empregos, noticiou esta quarta-feira o jornal espanhol Cinco Días. entretanto 

A existência de negociações com vista uma fusão foi confirmada esta semana pelos dois bancos num comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol. Segundo a imprensa espanhola, a junção das duas instituições (por absorção do Sabadell pelo BBVA) poderia resultar num grupo com activos em Espanha no valor de 600 mil milhões de euros (e num total de 900 mil milhões, considerando operações em outros mercados), dando origem ao segundo maior banco do país, atrás da instituição que resultará de outra fusão entre o Caixabank (dono do BPI) e o Bankia.

Depois de anunciar esta semana a venda do negócio nos Estados Unidos – por cerca de dez mil milhões de euros, ao PNC Financial Services Group –, o BBVA reforça-se em casa e prepara-se assim para disputar a liderança do mercado espanhol com o novo gigante CaixaBank/ Bankia, relegando o grupo Santander para a terceira posição.

Esta quarta-feira, o Cinco Días escreve que as sinergias de custos com a provável fusão podem chegar aos 800 milhões de euros em 2023.

Segundo o jornal, este é um valor similar àquele que se espera obter, na mesma data, com a junção CaixaBank/Bankia (aprovada em Setembro pelos conselhos de administração dos dois bancos), que ronda os 770 milhões de euros.

Já o Expansión refere que as poupanças do casamento BBVA/Sabadell podem chegar aos 850 milhões de euros.

Em conjunto, o BBVA e o Sabadell dão emprego a 46.365 pessoas e têm cerca de 4240 agências. O Cinco Días escreve que os números com que os consultores externos contratados pelos dois bancos estão a trabalhar apontam para uma redução de seis mil empregos, conseguida essencialmente com recurso a pré-reformas e acordos de rescisão.

A imprensa espanhola dá conta que o banco Sabadell já tem em marcha um plano de reestruturação para cortar entre 1500 a dois mil postos de trabalho até ao final do ano devido à crise pandémica que foi suspenso enquanto decorrem as negociações com o BBVA.

O Cinco Días também cita um relatório do JP Morgan (assessor financeiro do BBVA na operação) em que se refere que os termos do negócio poderão contemplar o pagamento aos accionistas do Sabadell de um prémio de entre 25% a 30% sobre o valor das suas acções.

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