Costa acusa PSD de passar “linha vermelha” ao fazer acordo com Chega para os Açores

Líder do PS pede explicações a Rui Rio sobre entendimento na região autónoma

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LUSA/LUÍS FORRA

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, acusou o PSD de “ter ultrapassado a linha vermelha de toda a direita democrática ao celebrar um acordo com a extrema-direita xenófoba”, um entendimento com o Chega que considerou da “maior gravidade”.

António Costa falava aos jornalistas no final de uma reunião, por videoconferência, da comissão nacional, no centro da esquerda perto do Largo do Rato, em Lisboa.

“O acordo, que é secreto, entre um partido da direita democrática e da direita xenófoba é da maior gravidade, é abrir a porta aos inimigos da democracia”, afirmou, referindo-se à disponibilidade do Chega para viabilizar um acordo de Governo entre o PSD, o CDS e o PPM nos Açores.

Ao lado de Carlos César, presidente do PS e mandatário da candidatura regional de Vasco Cordeiro nos Açores, o líder socialista lembrou que a direcção de Rui Rio foi mais longe do que a chanceler alemã Merkel ou do que o espanhol Pablo Casado que rejeitaram dar a mão à extrema-direita. Questionado sobre se esta posição do PSD interfere nas suas relações com o partido, António Costa considerou que “Rui Rio deve explicações ao ao país, porque é que fez este acordo com a extrema-direita xenófoba”.

O acordo nos Açores entre PSD, CDS e PPM soma 26 deputados. O Chega, que elegeu dois deputados, vai viabilizar a aprovação do programa de Governo no Parlamento regional depois de ter obtido o compromisso da redução de deputados regionais (e nacionais), a criação de um gabinete de combate à corrupção, a redução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção. 

Na rede social Twitter, Rui Rio tem acusado o PS de mentir quando declara ter havido um acordo nacional entre o PSD e o Chega para a viabilização de um governo à direita nos Açores

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