Ex-analista dos serviços de informações dos EUA Edward Snowden pede cidadania russa

O antigo consultor da CIA e NSA, que tem autorização de residência permanente na Rússia, onde se refugiou, pediu também para manter a cidadania norte-americana.

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Rafael Marchante

O ex-analista dos serviços de informações norte-americanos Edward Snowden, anunciou esta segunda-feira, que pediu a cidadania russa, já depois de obter uma autorização de residência permanente na Rússia, onde está refugiado desde 2013.

Procurado pelos Estados Unidos, o antigo consultor das agências de informações norte-americanas CIA e NSA (siglas em inglês) escreveu na rede social Twitter ter pedido, contudo, para manter a cidadania norte-americana, o que agora é possível desde uma recente mudança na lei de imigração e cidadania russa.

O pedido vem alguns dias depois de a companheira, Lindsay Mills, ter anunciado que estava grávida. Snowden, de 37 anos, explicou que ele e a mulher queriam “permanecer americanos” e criar o filho de acordo com “todos os valores americanos, (...) incluindo a liberdade de expressão”.

Em 22 de Outubro, o advogado de Snowden, Anatoly Grigorievich Kucherena, indicou que a autorização de residência foi prorrogada por tempo indeterminado e esclareceu que isso foi possível graças a mudanças recentes na lei de imigração russa.

Edward Snowden, privado do passaporte norte-americano a pedido de Washington, chegou a Moscovo em Maio de 2013. Beneficiou de um primeiro direito de asilo, por um ano, e depois de uma autorização de residência de três anos, prorrogada em 2017.

O ex-consultor deixou os Estados Unidos depois de ter entregado à comunicação social dezenas de milhares de documentos sobre a extensão das actividades da NSA e da vigilância electrónica exercida por Washington. As revelações criaram tensões muito fortes entre os Estados Unidos e os países aliados.

Em Agosto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que ia estudar um possível perdão de Snowden, acusado de espionagem no país, crime pelo qual incorre numa pena de 30 anos de prisão. 

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