Tiffany Trump afirma que o pai “sempre apoiou” a comunidade LGBT

A filha mais nova do Presidente norte-americano discursou na “Trump Pride”. No Twitter, os internautas não têm poupado nas críticas.

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Tiffany Trump, a 26 de Agosto, na convenção nacional republicana Jonathan Ernst/Reuters

A filha mais nova de Donald Trump está a ser fortemente criticada nas redes sociais, na sequência do discurso que proferiu durante um evento de apoio à comunidade LGBT promovido pela campanha presidencial e que foi chamado Trump Pride. Em palco, Tiffany Trump defendeu que o pai “sempre apoiou” as pessoas LGBT, até porque os melhores amigos da filha são gays.

O discurso suscitou muitas críticas e comentários, tendo em conta que, durante o seu mandato, Donald Trump opôs-se à Lei da Igualdade — um projecto de lei para assegurar protecções federais para a comunidade LGBT —; revogou uma medida aplicada por Barack Obama que visava proteger os estudantes transgéneros nas escolas públicas, e não só. Também proibiu os transgéneros de servirem nas Forças Armadas. 

A exactamente duas semanas das eleições presidenciais, que acontecem a 3 de Novembro, Tiffany Trump é um dos rostos da campanha da reeleição do pai e foi uma das responsáveis pela organização do comício “Trump Pride”, que ocorreu no sábado em Tampa, na Florida, em parceria com Richard Grenell, actual conselheiro do Comité Nacional Republicano. 

Em Fevereiro, Grenell foi escolhido por Trump como director das agências de serviços secretos; e é o primeiro homossexual nomeado por um presidente em exercício para um cargo no seu gabinete. Aliás, este foi um ponto destacado por Tiffany durante o discurso: “O meu pai não olha para alguém com base em quem ama. Deve haver amor por todos.” 

“Este pode ter sido o pior discurso que alguma vez vi”, resume Molly Jong-Fast, editora do The Daily Beast. Por seu lado, o grupo de defesa LGBTQ+, Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD, na sigla inglesa) manifestou-se contra o discurso de Tiffany e partilhou um link no Twitter que divulga as várias acções e reacções anti-LGBT da actual Administração. Num relatório publicado no início deste mês, a GLAAD revela que 76% dos eleitores LGBT simpatizam mais com o candidato democrata Joe Biden do que com o republicano Donald Trump. 

Texto editado por Bárbara Wong

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