Covid-19: Lisboa e Porto são os concelhos com o maior número de novos casos na última semana — 11% do total nacional

Portugal registou esta segunda-feira mais 14 mortes e 1249 casos de infecção pelo novo coronavírus. No total, o país contabiliza 2094 óbitos e 87.913 infecções desde o início da epidemia.

À semelhança do que se tem vindo a verificar nas últimas semanas, Lisboa foi o concelho que registou o maior número de novos casos de covid-19 nos últimos sete dias, com mais 495 casos para um total de 7460. Segue-se o concelho do Porto, com mais 363 casos (num total de 2320). Juntos, os dois municípios contabilizam 11% do total nacional de casos registados na última semana.

Sintra (mais 306 casos, num total de 6110), Loures (mais 237, 3594 acumulados), Cascais (203 novos, 2380 no total), Vila Nova de Gaia (mais 168, 2589 no total), Seixal (com mais 140 casos, num total de 1456), Guimarães (mais 139, 1556 no total), Paços de Ferreira (124 novos casos para um total de 738), Vila Franca de Xira (mais 123 infectados, 1836 no total), Odivelas (120 novos casos, total de 2486) e Amadora (mais 119, com um total de 3268 infecções) fecham a lista dos concelhos com registo de mais novos casos nos últimos sete dias.

Os dados constam do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) que, conforme habitual, divulgou esta segunda-feira os números actualizados de infecções por concelho.

Portugal com mais de mil casos diários há cinco dias consecutivos

Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais 14 mortes e 1249 casos de infecção pelo novo coronavírus, um aumento de 1,4%. Há cinco dias consecutivos que o país conta mais de mil casos diários de infecção. No total, registam-se 2094 óbitos e 87.913 infecções desde o início da epidemia.

Dos novos casos, 602 (48,2%) foram identificados na região Norte, onde morreram mais oito pessoas nas últimas 24 horas. As outras seis mortes ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, que contabiliza 505 novos casos (40,4%).

Recuperaram mais 311 pessoas relativamente ao dia anterior, num total de 53.498 recuperados. Há, neste momento, 32.321 casos activos (mais 924 do que no domingo), depois de subtraído o número de recuperados e de mortes ao total de infecções. Estão internadas 877 pessoas (mais 34 do que no domingo), das quais 128 em unidades de cuidados intensivos (mais quatro do dia anterior).

Durante a conferência de imprensa desta segunda-feira sobre a situação da pandemia de covid-19 em Portugal, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, revelou que 93,5% dos casos activos em Portugal encontram-se a recuperar no domicílio, enquanto 2,7% dos casos estão internados, 0,4% em unidades de cuidados intensivos.

​Os dados mostram ainda que um em cada três novos casos são jovens. Do total de infectados identificados nas últimas 24 horas (1249), 454 (36,4%) tinham menos de 29 anos. A faixa etária com maior número de novos casos é a dos 20 aos 29 anos, que contabiliza esta segunda-feira mais 276 infectados. Segue-se a dos 30 aos 39 anos, com 198 novos casos.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com o maior número acumulado de casos, contabilizando 43.646 infecções. Segue-se o Norte, com 32.947 casos, o Centro, com 7082 casos (mais 87 nas últimas 24 horas), o Algarve, com 2001 infecções (mais 27), e o Alentejo, com 1645 infectados (mais 15). Os Açores totalizam 298 casos de infecção (mais três do que no dia anterior) e 15 óbitos e a Madeira 294 casos (mais dez do que no domingo) e zero mortes.

Porém, a região com maior número de óbitos é o Norte, que contabiliza 924 vítimas mortais por covid-19. Já a região de Lisboa e Vale do Tejo reportou até ao momento 836 óbitos, registando-se um total de 272 mortes no Centro, 26 no Alentejo e 21 no Algarve.

A faixa etária mais afectada pela covid-19 em termos de mortes é a das pessoas com mais de 80 anos, sendo que já morreram 1409 pessoas deste grupo etário, o que representa cerca de 67% do total de óbitos no país. Das 14 vítimas mortais reportadas nas últimas 24 horas, nove (três homens e seis mulheres) tinham mais de 80 anos e cinco (quatro homens e uma mulher) tinham entre 70 e 79 anos.

Governo “empenhado” em garantir a maior cobertura vacinal de sempre

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou esta segunda-feira em conferência de imprensa que que o Governo está “empenhado” em garantir este ano a maior cobertura vacinal de sempre “de forma a minimizar a existência da gripe sazonal e da covid-19” e para proteger os mais vulneráveis, recordando que a segunda fase de vacinação arranca a partir da próxima semana nos cuidados de saúde primários. “Este ano, uma parcela das vacinas do Serviço Nacional de Saúde, cerca de 150 mil doses, são destinadas à população com mais de 65 anos e será administrada nas farmácias”, referiu, agradecendo a várias entidades que contribuíram para este esforço.

António Lacerda Sales avançou também que as autoridades de saúde continuam focadas em desenvolver ferramentas para quebrar e detectar cadeias de contágio, como a aplicação StayAway Covid. “Neste momento foram feitos mais de 1,4 milhões de downloads da aplicação e foram inseridos 116 códigos que deram origem a 137 chamadas para o SNS24”, disse.

Questionado sobre o número baixo de códigos inseridos na StayAway Covid até esta altura, Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), respondeu que a aplicação é “uma app que assenta na liberdade de inserir o código que é gerado”. O responsável avançou que vão “intensificar a formação dos médicos que usam e que geram os códigos para que não existam dúvidas sobre que operações têm de ser feitas”. No entanto, reforçou, “estes números estão em linha com aqueles que se verificam noutros países europeus”, garantiu, dando o exemplo da da Áustria, que teve 900 mil downloads e 56 códigos carregados e Itália, que tem mais de sete milhões de downloads e tem 257 códigos, entre outros.

Cerca de 70% das camas em unidades de cuidados intensivos continuam ocupadas

O secretário de Estado Ajunto e da Saúde referiu que as taxas de ocupação nas unidades de cuidados intensivos continuam a rondar os 70%, tal como aconteceu na semana passada. “São números que nos dão o conforto da referida rede de expansibilidade que temos, quer ao nível de internamentos, quer ao nível de cuidados intensivos”, disse.

Questionado sobre a integração de mais de 5 mil profissionais de saúde no Serviço Nacional de Saúde, António Lacerda Sales deu conta de que o país tem agora mais 20.922 profissionais de saúde e mais 5841 trabalhadores do que a 31 de Dezembro de 2019, referindo ainda que existem mais 2320 médicos especialistas desde a mesma data. Além disto, disse, o Governo autorizou em contratações directas cerca de 175 médicos especialistas sem termo. “Com as diferentes variações, tem sido feito um reforço assinalável e com significância na área dos recursos humanos”, apontou.

Decisão sobre utilização de testes rápidos está para breve

Relativamente à decisão dos testes rápidos à covid-19, que a Cruz Vermelha diz já está a fazer desde Setembro e matéria que Graça Freitas afirma ter sido sido alvo de grande investigação tanto nacional e internacional, a directora-geral da saúde afirma também que estamos “a chegar a bom porto”.

Disse ainda que o Infarmed (autoridade do medicamento), a própria DGS e o Instituto Nacional De Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA) têm estado a trabalhar para apurar a capacidade que um teste rápido tem de detectar a doença. “Reunimos um grupo grande de peritos e está para breve a publicação de dois documentos: uma circular normativa conjunta das três instituições com indicações genéricas sobre os testes e em que situações se aplicam e uma orientação clínica, esta sim virada para os médicos, dizendo em que situações é que este teste deve e pode ser aplicado”, avançou Graça Freitas.

“Tem de haver tempo de maturação para vermos os estudos internacionais e os ensaios pilotos que estão a ser feitos noutros países e para termos tempo de fazermos os nossos próprios ensaios”, disse a directora-geral da saúde sobre os testes que apelidou de uma “evolução tecnológica que carece de avaliação”. “Nesta doença temos de saber exactamente tão próximo quanto possível da realidade aquilo que estamos a medir e queremos que quando um teste dá positivo corresponda a uma pessoa doente e quando dá negativo corresponda a uma pessoa que não está doente”, sublinhou.

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