Covid-19: Vender flores num Carocha ajuda Valcineia a sobreviver à crise

Sem dinheiro para pagar a renda da casa, a antiga agente imobiliária adaptou-se às dificuldades actuais para vender flores no Rio de Janeiro, num carro clássico de 1969.

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Ricardo Moraes/Reuters
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Numa esquina do Rio de Janeiro, no Brasil, o pouco improvável está alinhado à criatividade que é precisa nos tempos actuais: um Volkswagem de cor verde, um clássico de 1969, parece estar decorado com orquídeas, girassóis e outras flores que saem das suas janelas, assim como plantas colocadas em vasos no capot do velho VW Carocha.

Aos 51 anos, Valcineia Machado foi obrigada a adaptar-se às circunstâncias actuais, não fosse a pandemia tirar-lhe o trabalho de agente imobiliária, emprego completamente diferente do que assumiu nas ruas e ruelas mais movimentadas do Rio de Janeiro. Usa o seu próprio carro como uma banca para vender rosas e outras flores. No fundo, funciona como um negócio ambulante de escape às dificuldades sentidas. “Não tinha dinheiro para pagar a renda, por isso comecei a pensar no que poderia fazer para sobreviver”, partilha a empreendedora enquanto coloca um vaso de girassóis no passeio.

O negócio tem corrido bem. Nos três primeiros dias de actividade, vendeu o suficiente para compensar um terço do custo do velho VW Carocha, que se tornou a imagem de marca do seu negócio. Ao que parece, o comércio de retalho de flores no Brasil está a melhorar, depois de ter entrado em colapso com o início da pandemia. Depois de uma queda de 30%, o sector está a dar os primeiros sinais de recuperação, com um aumento de 10% nas vendas em Agosto, em comparação com o ano passado, indica o Instituto Brasileiro de Floricultura. Para este ano, o sector estimava um crescimento entre 10 a 12% em relação a 2019. 

Segundo a revista Globo Rural, este aumento significativo de vendas deve-se ao interesse dos consumidores por flores e plantas, associado à reestruturação do negócio, com uma nova dinâmica de venda implementada por cooperativas, associações de produtores, jardins e floriculturas. No entanto, os prejuízos nos meses anteriores ainda não foram recuperados.

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