Costa dá o novo aeroporto de Lisboa como exemplo de obra que tem de avançar

Secretário-geral do PS foi à jornada parlamentar do partido definir as prioridades do Governo face à crise económica e social.

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António Costa LUSA/MÁRIO CRUZ

António Costa afirmou nesta terça-feira que os tempos que se vivem não podem ser de hesitação quanto à realização de projectos e à aplicação das verbas de urgência que vão chegar da União Europeia e deu a construção do novo aeroporto de Lisboa como exemplo de uma das obras que não podem ficar paradas.

“A pior coisa que nos podia acontecer era iniciarmos este ciclo, na situação tão crítica em que estamos, e durante dez anos passarmos o tempo a hesitar, a ter dúvidas a voltar ao princípio e reabrir as decisões que sucessivos governos vão tomando”, afirmou na abertura da jornada de trabalho do grupo parlamentar do PS, a decorrer em Lisboa.  

“Se nós quisermos fazer nos próximos dez anos o que fizemos nos últimos 50 anos a propósito do [novo] aeroporto de Lisboa, daqui a dez anos teremos gasto muito dinheiro em muito estudos, mas não teremos feito nada concreto que altere a realidade do país. (…) Não podemos perder tempo”, acrescentou.

Num discurso de quase 45 minutos, o secretário-geral socialista traçou as prioridades para o país, dissecando o plano de recuperação recentemente apresentado e que será enviado para a União Europeia. E deixou críticas aos partidos de direita que acusam o Governo privilegiar o Estado na aplicação dos fundos europeus.

“Não se caia nesse debate absurdo sobre se este Plano de Recuperação e Resiliência deve investir no Estado ou nas empresas. Este plano tem de investir nas pessoas e nas empresas. E para servir melhor as pessoas e as empresas precisamos de um Estado mais robusto e eficiente”, defendeu.

O primeiro-ministro frisou ainda que o Governo quer que a execução do plano se processe com “a máxima transparência e com a mínima burocracia": “Sabemos que não é a burocracia que reforça a transparência. Pelo contrário, a burocracia é mesmo aquela dificuldade que incentiva à compra da facilidade.” 

“Este é um programa que tem de ter uma gestão centralização, mas com uma execução muito descentralizada. Não pode ser, nem vai ser, só o Estado a executar. Este programa tem de ser executado pelas autarquias, por exemplo na área da habitação, ou pelas misericórdias e mutualidades no desenvolvimento dos cuidados continuados integrados. E tem de ser desenvolvido no terreno pelas empresas”, salientou.

Costa classificou como essenciais os investimentos na modernização da saúde, da justiça e da segurança social: “Este investimento gera externalidades positivas para o conjunto da sociedade, seja para os cidadãos ou para as empresas. Não estamos perante um investimento autofágico na alimentação da administração pública”, disse.

No que respeita ao Serviço Nacional de Saúde, António Costa disse ter definido como “prioridade principal” completar “até 2026 toda a rede de cuidados integrados”.

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