Editoras vencem corrida contra o tempo para cumprir distribuição dos manuais escolares

APEL afirma que o abastecimento do mercado já “ultrapassou os 90%”, depois de as editoras terem tido “pouco mais de um mês para tentar fazer o que exige seis meses de trabalho”. Dentro do sector, a expectativa é que o processo de distribuição dos manuais escolares fique concluído nas próximas semanas.

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daniel rocha

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) faz um “balanço positivo” do processo de distribuição dos manuais escolares, com o abastecimento de mercado a “ultrapassar os 90%”. A Comissão do Livro Escolar da APEL realça, em comunicado, que foi dado aos editores escolares “pouco mais de um mês para tentar fazer o que exige seis meses de trabalho” no que diz respeito à produção dos livros, na sequência da suspensão de devolução dos manuais escolares, uma medida aprovada pelo Parlamento durante a votação do Orçamento Suplementar, em Julho.

Acresce também a isto a decisão de disponibilizar os manuais deste ano lectivo aos alunos do dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário da escola pública, sendo que a oferta aos alunos do 1º ciclo já era assegurada.

Ainda que as primeiras cinco semanas deste ano lectivo que dá os primeiros passos sejam destinadas exclusivamente à recuperação das aprendizagens do ano anterior – a estratégia que levou o Ministério da Educação a parar a recolha dos manuais, visto que os livros do ano passado ainda serão necessários – a APEL refere que os editores “sempre tiveram como principal objectivo chegar a este momento com a maioria dos manuais escolares distribuídos pelas livrarias de todo o país”.

O PÚBLICO tentou contactar algumas editoras, mas todas recusaram comentar o ponto de situação específico das suas encomendas, remetendo para o comunicado publicado na quarta-feira pela APEL e corroborando o cenário descrito pela associação. Fontes do sector sublinharam, no entanto, o esforço que todas as editoras fizeram para conseguir ter todas as encomendas prontas a tempo da sua utilização.

Os manuais que ainda não foram distribuídos, diz a APEL, “encontram-se em reimpressão e ficarão disponíveis nos próximos dias”, e a expectativa no sector é que o processo fique concluído antes de Outubro, ainda antes do fim das cinco semanas iniciais do ano lectivo, destinadas à recuperação e consolidação das matérias do ano anterior.

A APEL manifestou preocupação face aos prazos apertados de entrega logo a 24 de Julho, quando foi confirmada a decisão de disponibilizar manuais aos alunos de todos os anos — até aí estava apenas prevista a distribuição dos manuais do 1.º ciclo. A medida, que a APEL considerou “francamente positiva” do ponto de vista pedagógico apesar das complicações que implicava para os editores, obrigou as editoras a reformular todos os planos de produção e distribuição que tinham para responder à situação, isto a cerca de uma semana do início da emissão dos vales da plataforma dos Manuais Escolares Gratuitos (MEGA) para os anos de continuidade.

A resposta a uma procura tão grande num espaço de tempo tão reduzido foi conseguida através da subcontratação de várias gráficas portuguesas e do reforço das equipas profissionais nos campos da impressão e logística. “A opção de entregar a produção a gráficas estrangeiras foi posta de parte, com a intenção de ajudar o sector português num período de crise”, acrescenta a APEL.

A associação refere também que os livreiros que têm atendido as encomendas feitas pelas famílias, com a APEL a realçar “o profissionalismo e a competência”.

De acordo com a plataforma MEGA, a reutilização dos manuais escolares vai ser retomada já no próximo ano, significando, por isso, que os livros do último ano e os novos terão de ser devolvidos no final deste ano lectivo.

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