Novo presidente do Politécnico de Santarém eleito no final do mês

Anterior líder demitiu-se em Fevereiro e o processo de substituição tinha sido suspenso por causa da pandemia. Ex-vice, João Moutão, e Abel Santos, professor da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, são os candidatos.

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rui gaudencio

Os membros do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Santarém (IPS) escolhem, no final do mês, o novo presidente da instituição, pondo fim a um vazio directivo que dura desde Fevereiro, altura em que o anterior líder do politécnico, José Potes, se demitiu, depois de os presidentes das escolas lhe terem retirado a confiança.

A eleição acontece no dia 28 de Setembro. Antes, na próxima terça-feira, dia 22, os dois candidatos à liderança do IPS apresentam publicamente e perante os elementos do Conselho Geral as respectivas candidaturas. Na corrida está João Moutão, que era vice-presidente do anterior líder e assumiu a gestão corrente da instituição desde a demissão de José Potes. O outro candidato é Abel Santos, professor coordenador na Escola superior de Desporto de Rio Maior.

O processo eleitoral no politécnico de Santarém foi suspenso em Março, por decisão do Conselho Geral, que entendeu que não havia condições para realizar as eleições devido à suspensão das actividades presenciais na instituição, por causa da pandemia. O Politécnico de Santarém foi uma das primeiras instituições de ensino superior a decidir voluntariamente suspender as aulas presenciais, ainda antes da decisão do Governo de aplicar a mesma medida a todos os estabelecimentos de ensino. Na altura, decorria o prazo para apresentação de candidaturas. A eleição estava marcada para 18 de Maio.

O IPS está sem presidente desde o final de Fevereiro. O anterior líder da instituição, José Potes, colocou o lugar à disposição numa reunião do Conselho Geral que tinha na ordem de trabalhos precisamente um pedido de destituição daquele dirigente, entregue dias antes pelos presidentes de todas as escolas do instituto.

Os directores das escolas do IPS, que tinham apoiado José Potes quando este foi eleito para o cargo, há dois anos, perderam a confiança na liderança e fizeram chegar um manifesto ao órgão máximo do instituto em que exigiam a saída daquele responsável.

No centro dos problemas internos do politécnico está o plano de reestruturação apresentado ao Governo, no final do ano passado, que previa reduzir o balanço negativo em um milhão de euros durante este ano. Dessa forma, o instituto esperava resolver os problemas orçamentais que têm feito com que tenha chegado ao final dos últimos anos civis sem dinheiro para pagar os salários dos seus professores e funcionários, obrigando a tutela a fazer reforços extraordinários no seu orçamento.

O Politécnico de Santarém foi criado em 1979 e engloba cinco escolas superiores. As de Agrária, Saúde, Educação e Gestão e Tecnologia estão sediadas em Santarém, juntando-se a estas a Escola Superior de Desporto de Rio Maior. A instituição tem 4100 alunos inscritos, 250 docentes e 160 funcionários. Recebe do Orçamento de Estado cerca de 13 milhões de euros anuais, mas desde 2014, tem recebido uma média de 1,8 milhões suplementares face às dificuldades financeiras que enfrenta.

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